Homenagem ao jornalista José Adervan com artigo de abril de 2014

O Jornal Agora foi um impresso de grande circulação na região cacaueira. Este ano, se ainda estivesse ativo, faria 39 anos de estrada. Fundado por José Adervan de Oliveira (in memorian) e Ramiro Aquino, os amigos estiveram juntos nesse projeto muitos anos. Após essa período, Adervan ficou a frente do jornal até o seu falecimento. Era uma de suas paixões, como dizia “o jornal Agora é a minha cachaça!” E para homenageá-lo o Agora na Rede irá publicar artigos por ele escrito para deleite daqueles que gostavam muito do seu trabalho. No foto estão os proprietário do Agora Adervan e sua esposa Ivone.

30.04.14 – COLUNA LIVRE 

Cidade em decadência 

Ouvi o vaticínio de experiente executivo público de que Itabuna era uma cidade em decadência, por conta do aspecto de sujeira apresentada. 

Confesso que o diagnostico me assustou. Literalmente, comecei a fazer minha própria analise: lixo nas ruas, cidade sem uma varrição que se justificasse, pois, constante, mesmo em bairros tidos como classe média, a exemplo do Goes Calmon, onde há um capinzal constante, a dizimar minha tese de defesa. 

Nesse mesmo bairro Goes Calmon inúmeras pistas (ruas) não são calçadas e nem há melhoramentos, que possam atrair investidores e até mesmo na rua principal, por conta da legislação recente, o que mais se observa são terrenos de engorda. 

Mudando o rumo da prosa, Itabuna soma dezenas de bacias pluviais transformadas em escoadouro de esgoto, levado “in natura” para a bacia do rio Cachoeira, que continua agonizante, mal cheiroso, e sem quaisquer expectativas, no curto prazo (ou médio e longo prazo) de saneamento. 

Do ponto de vista comercial, observa-se muitos “pontos” fechados, nas ruas principais, disponíveis para aluguel ou venda. Não há planos para recuperação da economia. E, para complicar a análise, observa-se um comércio paralelo, exercido por camelôs, que não figuram no rol dos empregadores normais e empregos informais. Em pleno centro comercial temos barracas móveis que abrigam camelôs em larga escala nas travessas e nos passeios de nossa principal avenida. 

A mobilidade social, frase moderna para dizer que não temos como resolver o problema do trânsito, que não passa de um amontoado de veículos, sem qualquer perspectiva de rápido escoamento. 

Também não se fala em abrir avenidas duplicadas em áreas mais afastadas do velho centro da cidade, para oferecer soluções (implantar novos centros comerciais e habitacionais, etc.) a novos investidores que deverão chegar a Itabuna por força da revolução que o transporte modal irá promover. 

Os hospitais estão começando a ficar doentes por falta de recursos a serem implementados para atender a demanda por médicos e leitos que, fatalmente, serão exigidos nos próximos anos, por conta do aumento da população, que se antevê como prerrogativa natural de cidades que são estimuladas pela chegada do transporte modal. 

Nossas praças e jardins começam a ficar obsoletas por falta de uso. Mas, ao par dessa perspectiva, não vemos chances de serem criadas novas praças. Resta as que foram disponibilizadas ao público nos primórdios da criação da cidade – praças Camacã, Jose Bastos, Olinto Leoni, Tiradentes (Catedral de São Jose) e outras, bem menores, como a Praça do Trabalho, no Pontalzinho, no Bairro Goes Calmon, um jardim mal cuidado, e a Praça do São Caetano, outra decepção como área de lazer.

Não temos uma área indicativa como Parque da Cidade e fala-se em desapropriar no bairro São Caetano, de propriedade do Grupo Kauffman. O problema, no entanto, nos remete ao estrangulamento da cidade e o ideal seria construir uma avenida, duas pistas, que levasse o interessado a visitar uma área da prefeitura de Itabuna, de 40 hectares, comprada ainda no governo Fernando Gomes, com belo projeto do arquiteto Fernando Vita. 

Entretanto, no que diz respeito ao comércio e ao número de carros transitando por Itabuna, observa-se que estamos longe da decadência que se anuncia. A chegada de novas empresas automotivas indica o comércio com outra face: o da pujança desse ramo de negócio. 

Daí, não enxergamos a decadência da cidade. Mas, de qualquer sorte, se torna necessária a presença do governo municipal com ações determinantes em diversos segmentos, como saúde, limpeza pública, determinar algumas áreas para construir praças e jardins, muitos dos quais estão praticamente prontos, bastando que o governo do município contrate alguns paisagistas de renome para remover a face de antigas praças e promover mudanças simples no Jardim Primavera, no Jardim do Castália, alem do Jardim do Goes Calmon, para início de conversa, assim como planejar, com urgência, tornar o rio Cachoeira vivo, iluminar as suas margens e promover uma equipe para molhar diariamente as árvores e a grama de nossas praças, deixando-as com viço da Primavera. 

2 thoughts on “Homenagem ao jornalista José Adervan com artigo de abril de 2014

  1. Sempre preocupado com o desenvolvimento da cidade, pena que a população itabunense não lhe deu uma unica chance em poder fazer o que realmente um politico deveria fazer.

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