Itabuna, uma jovem e experiente cidade de 111 anos que poucos conhecem de verdade

Por Fernanda Oliveira

Comparar a cidade de Itabuna com nossa vizinha Ilhéus, por exemplo, pensa logo, que cidade novinha! Sim, Itabuna é uma “novinha”, mas é daquelas diferenciadas que você diz logo, quanta maturidade para tão pouca idade. Exemplo disso é nossa medalhista de prata do skate de apenas 13 anos, a Raíssa Leal, a fadinha!

Quantas coisas Itabuna viveu nesses seus 111 anos. Foram lutas pelas terras, apogeu do cacau, fruto de ouro, a queda com a vassoura-de-bruxa, o ressurgimento como uma fênix que aos poucos está tirando as cinzas e fazendo com que a brasa pegue fogo novamente. Mas esta data em especial me traz muitas lembranças boas, desafios, superações, pois também era comemorado a aniversário do Jornal Agora. Dentre essas histórias, a que mais me recordo com carinho quando meu pai, José Adervan, fundador do saudoso Jornal Agora, disse que no aniversário dos 20 anos do Agora iria publicar a edição das edições especiais.

Seriam 20 cadernos, vamos contratar mais alguns jornalistas para dar conta, vamos começar com dois meses de antecedência, eu quero uma logomarca nova para ocasião, vamos fazer a festa dos 20 anos, serão 20 personalidades homenageadas. Engraçado que ele falava como se fosse a edição do fim de semana só que um pouco mais cheinha, mas não era tão simples assim, era todo um planejamento para tudo corresse no tempo certo.

A cada momento que ele falava uma coisa a gente já imaginava o que estaria por vir. Passado o susto, já que é para arregaçar as mangas, lá vamos nós. A verdade é que meu pai adorava viajar, mas encontrava alguns malucos que embarcavam junto, inclusive eu. Foi aí que preparamos o material publicitário para grande feito e parti para as ruas visitar clientes. Sim, eu era da área de vendas, e juntamente com outros colegas, vendemos mais que chuchu na feira.

Agora, o difícil era arrumar espaço para colocar publicidade. Pois é, ótimos tempos! Enquanto vendíamos anúncios já passava para o setor de arte, pois quem não tinha agência de publicidade nós é que fazíamos a criação do anúncio, cliente tinha que aprovar, criar frase de efeito, colocar na boneca (modelo pequeno de como seria o jornal). Acha que acabou? Nada… Depois da página montada, Dona Ivone, minha querida mãe que embarcava meio que arrastada, corrigia sozinha praticamente a parte gramatical e tudo que tivesse para corrigir no conteúdo da super-edição.  Tem mais, comprar matéria-prima, deixar alguns cadernos prontos senão só ficariam prontos semana seguinte e o leitor gostava de comprar na edição do dia e com razão, afinal, era a magia do 28 de julho. E claro, rezar para a máquina velhinha dos anos 70 não quebrar.

Ufa! Jornal todo rodado. Agora é dobrar, e entregar nas bancas e curtir os elogios de uma grande edição. Longe disso. Acabou o jornal nas bancas, vamos repor. Eram dias em que saíamos depois da meia-noite por semanas, mas era um cansaço valoroso, compensador pelo resultado final alcançado. Na segunda, 26, que estive lá na sede, me trouxeram essas memórias que havia esquecido. A saudade apertou, principalmente do meu Nego, pois ali era a “cachaça” dele.

Mas, para que isso não fique apenas nas minhas lembranças e de mais alguns, resolvi recordar com vocês algumas matérias antigas publicadas pelo Agora que irei publicando ao longo do dia, e algumas novas de parceiros antigos como Kaline Ribeiro, Walmir Rosário, Ramiro Aquino que fundou o Agora como meu pai, e parceiro novo, meu amigo e escritor Clóvis Góis Jr, também administrador da página História Grapiúna no Instagram que vale a pena acompanhar.

Espero que curtam muito, e, principalmente, saibam responder perguntas como: quem foi Félix do Amor Divino? Quais os afluentes do rio Cachoeira? Olinto Leoni é nome de praça e qual o porquê dessa homenagem? Pois, como dizia Edmund Burke “Um povo que não conhece sua História está fadado a repeti-la.”

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