Tudo na vida é uma questão de interesse ou influência

“Isso não é verdade!”, podem dizer alguns.

“Eu não sou assim!”, diriam outros.

O título pode ser forte, mas nem levantamos da cama se não tiver interesse.

Como poderemos ajudar alguém se não tivermos o interesse em ouvi-lo?

Como podemos nos candidatar a um cargo, político ou não, se o único interesse for nas vantagens ou na influência do cargo?

Neste texto vou tentar observar apenas questões gerais em relação à política e assuntos interligados, pois o tema sugere uma abrangência variada. Tudo aqui exposto são observações próprias e vivenciadas por mim, por amigos próximos e até mesmo minha visão de alguns acontecimentos.

Há alguns anos (época que fazia cursinho de redação pré-vestibular em Salvador no Curso Redacional, lá por volta dos anos 90) fui apresentado a um tema de redação que falava sobre caridade. No momento de discussão sobre o tema eu falei a frase “Tudo na vida é questão de interesse”. Não é nem preciso falar que recebi todos olhares dos colegas e reprovação das professoras. Na minha justificava eu disse que o problema não estava no interesse, mas no que fazer com as conquistas.

Àquela época eu era um aluno encantado e influenciado por excelentes professores da área de humanas como as aulas de história e geografia do cursinho Integral em Salvador e por estar presenciando um momento único na política nacional pois pela primeira vez um presidente poderia sofrer um processo de Impeachment. Falo do governo Fernando Collor de Melo e eu fui um “cara pintada”. Fui às ruas pedir a saída do presidente e falava sobre socialismo e igualdade de condições.

Sabemos que José Sarney foi colocado na presidência após a morte de Tancredo Neves. Collor tinha sido o primeiro presidente eleito democraticamente após a Constituição de 1988. Poderia ser uma maravilha, mas no fim e tudo sofreu um impeachment porque não queria ter limites, mas era submisso às Câmaras Federais e também ao STF. Qual era o meu interesse nisso tudo? Era a esperança de estar certo e buscar um Brasil melhor. A história mostrou que não é bem assim.

A Constituição de 1988, por ser após uma ditadura militar, foi criada permitindo um poder muito grande aos Deputados Federais e Senadores, além de regulamentar que a Suprema Corte seria formada por “doutores da lei” (Advogados, desembargadores, Juízes.) desde que indicados pelo presidente em exercício, sabatinado e aprovado pelo Senado. Não há um concurso, não há um merecimento e sim favorecimento. No fim, o que determina os indicados é o interesse dos deputados e senadores.

Há uma aceitação, muitas vezes rasa, da capacidade dos escolhidos aos cargos da chamada Suprema Corte, STF. Sendo assim o que vemos constantemente são julgamentos passionais e determinados pelo grau de amizade, gratidão ou favores entre réus e juízes. Falo dos abusos de poder e da soberba claramente evidenciadas em muitas sentenças em que os posicionamentos são claramente baseados em apadrinhados, amigos e compadres. Ah, sem contar que muitos dos ministros são também ocupantes dos cargos em outros postos de suma importância como o STE, STJ…Havendo de tempos em tempos um rodízio entre eles.

O que esperar desse jogo em que estão altamente ligados o interesse e a influência?

Outro assunto recorrente é dizer que o Brasil está dividido. Eu sempre penso um pouco por um tempo, para não ser grosseiro, com as respostas que poderia dar. No fundo penso e vejo que o Mundo é dividido tendo como base a INFLUÊNCIA ou o INTERESSE. Buscando na história teremos inúmeros exemplos, vou citar alguns: Nazismo + Facismo x Resto do Mundo; EUA x URSS; Ditadura x Democracia; Direita x Esquerda (ao menos nas palavras).

Muito se fala em direitos, deveres e liberdade. Eu cresci ouvindo que: “o seu direito termina onde começa o do próximo”, “Sua liberdade real chegará quando souber o que fazer com ela”. Como podemos ter a Liberdade de Expressão se ao nos expressarmos podemos ser punidos pelo mesmo “doutor da lei” que disse em sua dissertação ser a favor da liberdade? Esqueci, não somos amigos dele, não temos INFLUÊNCIA deles. Sendo assim, não somos interessantes a eles. Os eleitos a cargos políticos não se acham no direito de nos deverem satisfações. Pagamos os salários deles com os nossos impostos e TODOS se acham nossos patrões, quando na verdade é o inverso.

Na grande maioria das vezes vejo pessoas que querem ser bajuladas, idolatradas, INFLUENTES e com principal INTERESSE em se “arrumar”. Se não estão no poder, criticam. Se estão de alguma forma ligada aos “detentores da caneta” são sanguessugas ou adoradores contumazes. Muitos se vendem por pequenos favores e são eternamente dependentes do “capitães” e “coronéis”. Eu não conheço um grupo de pessoas que fique claramente acomodado quando se vê sem as vantagens, sem os poderes e sem os prazeres que um dia teve e perdeu.

Não adianta, se não tiver INTERESSE, não vai nem conseguir levantar da cama.

Que possamos INFLUENCIAR positivamente sempre as pessoas.

Pós-graduado em cirurgia Oral Menor pela ABO-Salvador e Especialista em radiologia Oral pela Universidade Estácio de Sá(UNESA)-RJ.
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