O homem suspeito de agredir a atriz trans Marcella Maia, em Caraíva, distrito turístico do sul da Bahia, foi ouvido nesta segunda-feira (27), na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) de Porto Seguro. Detalhes do depoimento não foram divulgados.
Em um vídeo enviado para a TV Santa Cruz, afiliada da TV Globo, Marcella Maia falou um pouco sobre o preconceito sofrido. Além do suspeito, testemunhas também foram ouvidas nesta segunda.
“Estou cansada, eu preciso falar, eu preciso não está mais com medo. Eu quero falar que a denúncia serve para a gente lutar contra isso”, disse a atriz que faz parte do elenco da próxima novela das 19h da Globo, “Quanto Mais vida Melhor”.
“Por mais que eu esteja com muito medo, é aterrorizante, eu decido não me calar, eu decido falar, eu decido lutar pela dignidade de ir e vir sem ser questionada, de ter segurança, de ter humanidade”. Durante o vídeo, Marcella Maia pediu falou sobre a luta para comprovar que foi agredida e o desejo de que a justiça seja feita.
“Eu queria que isso acabasse. O país é o país que mais mata travestis e o que mais assisti pornografia trans. Então não precisa ser um gênio para entender o mistério do ódio contra os nossos corpos”, contou a artista.
“Eu decido não ficar calada, por mim, pelas minhas minhas, por todas as mulheres que sofrem agressões nesse país e que fica violado. Eu realmente acredito na justiça, eu tomei todas as medidas cabíveis e eu espero que elas sejam feitas”.
O caso aconteceu na madrugada de quarta-feira (22) e a atriz fez exame de corpo de delito no Departamento de Polícia Técnica (DPT) do Rio de Janeiro, na tarde de sexta-feira (24).
Em depoimento, Marcella contou que saía da casa de amigos, quando foi abordada por um homem, que deu tapas no rosto dela, arranhou os seios e tentou enforcá-la. Ela conseguiu fugir e entrou em um estabelecimento.
Lá, ela foi abordada por um outro homem, que também seria ator, identificado como Tauam Moreira. Ele ameaçou Marcella de morte, caso ela não fosse embora do local. A atriz informou à polícia que acredita que o homem que a agrediu agiu a mando de Tauam. Essa versão é investigada.
Nas redes sociais, Marcella compartilhou as marcas e hematomas da agressão e afirmou que se trata de crime de ódio por ela ser uma mulher trans. A assessoria da atriz emitiu um comunicado reiterando a transfobia, disse que o caso será levado à Justiça e que outras medidas legais também estão sendo tomadas. Recentemente, Marcella publicou nas redes sociais a renovação do contrato como atriz. G1 Bahia.