O Corpo de Bombeiros confirmou, neste domingo (9), 10 mortes causadas pelo desabamento de pedras em Capitólio (MG), e passou a confirmar suas identidades. As vítimas estavam na mesma lancha que tinha o nome de “Jesus”, segundo o delegado regional da Polícia Civil, Marcos Pimenta.
Eles estavam hospedados em um rancho em São José da Barra (MG) e eram familiares e amigos uns dos outros. O dono da pousada era proprietário da lancha e também parente das vítimas. O piloto era funcionário dele, de acordo com informações da polícia.
No sábado (8), Lago de Furnas: pouco antes do meio-dia, mesmo com o tempo nublado, embarcações fazem fila pra chegar aos cânions. Até que alguns turistas começam a notar que há algo errado. Eles tentam avisar quem está mais perto do paredão, mas sem sucesso.
“Eu olhei para cima da rocha, da montanha, estava caindo algumas pedrinhas até comentei, fiz um comentário com o piloto da lancha, e ele disse que não era nada, que eram só algumas pedrinhas. Só que a hora que eu voltei a olhar novamente já estava caindo aquela rocha enorme, aquele pedaço enorme de rocha, e eu olhei aquele tanto de lancha, embaixo, uma cena horrível”, lembra Andréa Mendonça, turista de Patos de Minas.
Quando os bombeiros chegaram, os sobreviventes já tinham sido resgatados pelos próprios profissionais que trabalham nas embarcações na região.
O Júnior, que é conhecido como PIT, estava com um grupo de turistas, sua lancha não foi atingida, mas conseguiu ajudar em torno de sete pessoas: “Elas estavam todas machucadas e foi na hora que eu entrei e vi que tinham várias pessoas na água gritando, pedindo socorro e perguntando dos filhos”.
O Lago de Furnas é um dos maiores lagos artificiais do mundo. Ele se estende por 5,4 mil quilômetros e corta 34 cidades mineiras. Em alguns trechos, a profundidade pode chegar a 100 metros, mas no local onde aconteceu o acidente a profundidade é de oito metros.
Na hora do acidente estima-se que entre 70 e cem pessoas estivessem na área dos cânions. O Corpo de Bombeiros informou que todas as pessoas que morreram estavam na mesma lancha, que se chamava Jesus.
Instrutor de mergulho experiente, desde sábado, Roberto ajuda na localização dos corpos: “A única coisa que a gente conseguiu ver mesmo lá de uma embarcação é a Jesus, que tem um trecho do barco que está escrito Jesus. E muito material, colete deles boiando. No impacto, esparramou pedra para tudo que é lado, e tampou. Essa lancha mesmo, Jesus, a gente não consegue ver mais nada dela”.