Sem desfile pelo 2º ano, ato simbólico tem homenagens aos heróis da luta

O cortejo cívico saia do bairro da Lapinha e seguiria pelas ruas do centro de Salvador. Os baianos deixam de celebrar a independência do Brasil na Bahia, pelo segundo ano consecutivo por causa da pandemia.

Guerra contra os portugueses

Depois do grito do Ipiranga, em São Paulo, em 7 de setembro de 1822, os portugueses resistiam na Bahia. Em Salvador, foram registradas as batalhas mais sangrentas da luta pela independência. No Forte de São Pedro, sede da região militar, foi travado o primeiro embate. Foi uma disputa pelo comando do quartel.

“Madeira de Melo exige tomar posse como representante do governo de Portugal e o Pedro Guimarães se nega a dar posse. E depois de conseguir tomar à força o governo, Madeira de Melo autoriza que os soldados portugueses saiam praticando destruição em Salvador”, explicou o historiador Jaime Nascimento.

A força da mulher presente na luta

Um dos episódios mais violentos ocorreu no Convento da Lapa, invadido por tropas portuguesas que procuravam brasileiros rebelados. A madre superiora, Joana Angélica, tentou impedir que os soldados avançassem. Foi morta com golpes de baionetas.

Dentro do convento, fica a túmulo da freira, considerada mártir da independência. Outra mulher entrou para a história como heroína: Maria Quitéria se alistou como um soldado e foi para o campo de batalha.

“Ela se vestiu de homem para lutar na guerra, é uma coisa diferente. É empolgante ver que a mulher pode se sobressair, não só os homens”, disse a estudante Luna Pereira.
Outra mulher que não pode deixar de ser mencionada é Maria Felipa de Oliveira. Figura de destaque nas batalhas pela independência ocorridas em Itaparica, liderando um grupo de mulheres e homens de diferentes classes e
etnias, a Heroína Negra da Independência, como é conhecida, organizou o envio de mantimentos para o Recôncavo, como também as chamadas “vedetas” que eram vigias nas praias para prevenir o desembarque de tropas inimigas além de participar ativamente de vários conflitos.

Cachoeira e vilas de São Francisco

Acidade  de Cachoeira e São Félix, hoje, duas cidades emancipadas, o turista toma um banho banho de cultura e história baiana, pois tudo isso está cravado nas suas construções antigas, igrejas, calçamentos desde a época de Dom Pedro I que esteve na cidade por duas vezes. Portugal, tomando outros centros urbanos do interior, o movimento separatista ganhou força nas vilas de São Francisco e Cachoeira. Ciente destes outros focos de resistência, Madeiro de Melo enviou tropas para Cachoeira. A chegada das tropas incentivou os líderes políticos locais a mobilizarem a população a favor do reconhecimento do príncipe regente Dom Pedro I. Tal medida verificaria qual a postura dos populares em relação às autoridades lusitanas recém-chegadas.

O apoio popular a Dom Pedro I significou uma afronta à autoridade de Madeira de Melo, que mais uma vez respondeu com armas ao desejo da população local. Os brasileiros, inconformados com a violência do governador, proclamaram a formação de uma Junta Conciliatória e de Defesa instituída com o objetivo de lutar contra o poderio lusitano. Os conflitos se iniciaram em Cachoeira, tomaram outras cidades do Recôncavo Baiano e também atingiram a capital Salvador.

Muitos heróis foram importantes na luta pela independência. Índios, religiosos, o povo baiano. Todos se uniram para defender o Brasil.

No dia 2 de julho de 1823, as tropas portuguesas que resistiam fugiram pela Baía de Todos os Santos. E foi assim que o Brasil se libertou definitivamente do domínio de Portugal.

Informações: G1 Bahia, Brasil Escola e Lucas Borges dos Santos
Foto: Andréa Silva/TV Bahia