Ações são voltadas para comunidades carentes e têm como foco o combate ao desemprego
A Covid-19 trouxe consigo a realidade do isolamento social, e com isso, o aumento na taxa do desemprego, chegando a mais de 1,3 milhão de pessoas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Por isso, a Associação 99por1 Orgulho de Ser Solidário, juntamente com a plataforma ‘Bahia. Estado Voluntário’, convoca pessoas para auxiliar na capacitação profissional de indivíduos em situação de vulnerabilidade, para que, posteriormente, esse público-alvo esteja qualificado e possa concorrer a vagas de emprego ou montar um empreendimento para obtenção de renda.
É o que explica Marcelo Guardia, um dos fundadores e atual presidente da iniciativa. “A 99por1 Orgulho de Ser Solidário, é uma associação sem fins lucrativos, formalizada em dezembro de 2017. Ela tem como principal missão, buscar soluções e atuar em ações concretas na defesa dos menos favorecidos, combatendo as desigualdades sociais. Atualmente, estamos atuando com o objetivo principal de propiciar às famílias, em risco social, a ocupação e renda através de atividades produtivas de forma sustentável”, declarou.
Com a chegada da pandemia, a associação readaptou o portal de empregabilidade (www.99por1.org), visando colher informações e avaliar as reais necessidades e potencialidades de pessoas em vulnerabilidade social. Com isso, o projeto arrecadou cestas básicas, distribuídas entre essas comunidades carentes, e ainda iniciou treinamentos na modalidade à distância, utilizando vídeos gravados e apoio de voluntários, visando preparar as pessoas para o mundo profissional ou para dar os primeiros passos em empreendimentos solidários, que também são fontes geradoras de renda.
Além dos cursos à distância, a associação realiza de três a cinco aulas presenciais nas comunidades, a cada dois meses, respeitando as medidas de segurança para conter os avanços da Covid-19. A grade didática corresponde oficinas pedagógicas, vivências práticas, discussões, dinâmicas em grupo e visitas a empresas relacionadas com a atividade do curso. Entre o público-alvo, o principal perfil atendido pela ação social são mulheres que são mães solteiras, de baixa renda e em situação de risco, com filhos pequenos para criar.
Escolha dos cursos e preparação dos voluntários
Marcelo Guardia explica que a ideia do projeto é formar uma metodologia que possa ser replicada e adaptada por outros voluntários e instituições para qualquer bairro com pessoas em situação de risco social. O presidente da iniciativa fala ainda sobre como cada curso é destinado às comunidades e como ocorre a capacitação dos voluntários. “Fazemos pesquisas para detectar o que cada pessoa quer, se prefere ser empregado ou empreender, montar um negócio individual ou coletivo, daí agendamos uma reunião com o objetivo de decidir qual a linha de cursos que iremos trabalhar. Os cursos profissionais são iniciados à distância e tanto os voluntários como os alunos passam por nove mini-cursos para se acostumar com a plataforma”, ressaltou.
Atualmente, mais de 100 voluntários auxiliam no processo de educação profissional à distância, com aulas selecionadas no YouTube, produção de novos conteúdos e divulgação nas redes sociais, recrutamento e acompanhamento de novos voluntários, captação de parcerias com empresas no intuito de desenvolver e facilitar a empregabilidade ou empreendedorismo entre os alunos e os locais profissionais almejados. Além de serem voluntárias e multiplicadores dos conhecimentos, as pessoas podem doar fardamento, transporte e lanche para outros voluntários, bem como, material didático, fardamento, lanche e transporte para os alunos.
Guardia reforça a necessidade de buscar envolvimento com a comunidade de forma sustentável, no intuito de resgatar a dignidade e a autoestima de pessoas que estão em situação desfavorecida e criar núcleos de produção para pessoas de baixa renda, as capacitando para serem protagonistas de suas próprias vidas. “Temos como meta promover a igualdade social através da inclusão e valorização das pessoas com menor poder aquisitivo e atingir até 12 comunidades este ano, beneficiando em média 4 mil famílias”, disse.