A Polícia Federal (PF), juntamente com a Receita Federal, deflagrou nesta segunda (23) a operação Enterprise, a maior e operação contra lavagem de dinheiro do tráfico de drogas neste ano e uma das maiores ofensiva da história na apreensão de cocaína em portos brasileiros — pois o objetivo da ação é desarticular uma organização criminosa que tem como foco enviar cocaína para a Europa, onde a droga é mais valorizada financeiramente.
Foram apreendidos aproximadamente R$ 400 milhões em bens do narcotráfico, e por enquanto, a maior apreensão de bens patrimoniais do ano. Esse valor excessivo consiste na apoderação de aeronaves, imóveis e veículos luxuosos. E não para por aí, existe ainda a expectativa de que novos bens sejam identificados após o cumprimento dos mandados de busca e apreensão.
A Receita Federal informou que as investigações iniciaram a partir de uma apreensão realizada em setembro de 2017, quando 776 quilos de cocaína, que estavam sendo exportados pelo Porto de Paranaguá com destino ao Porto de Antuérpia, na Bélgica, foram apreendidos.
A partir dessa apreensão, ainda de acordo com a Receita, a PF instaurou um inquérito policial e os dois órgãos públicos atuaram em conjunto nas investigações até descobrir a organização criminosa.
Nesta segunda-feira, foram mobilizados cerca de 670 policiais federais, além de 30 servidores da Receita Federal. Estão sendo cumpridos 145 mandados de busca e apreensão e 65 ordens de prisão em dez Estados diferentes: Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Bahia e Pernambuco. Medidas foram expedidas pela 14ª Vara Federal de Curitiba.
Segundo as investigações, o esquema utilizado pelo grupo criminoso consistia na lavagem de bens e ativos multimilionários no Brasil e no exterior, com uso de laranjas e empresas fictícias.
Apreensão de cocaína
De acordo com a Polícia Federal, a operação Enterprise é a maior da história do Brasil em apreensão de cocaína. Isso porque, durante a investigação, foram apreendidas anteriormente 50 toneladas da droga em portos do Brasil, da Europa e do continente africano.
Além dos mandados de busca e ordens de prisão expedidos em território nacional, a Interpol foi acionada para a prisão de oito investigados que estão no exterior, bem como a identificação e sequestro de bens em outros países (Espanha, Colômbia, Portugal e Emirados Árabes Unidos).