PGR solicitou manutenção de prisão com justificativa de que liberdade da desembargadora colocaria em perigo a colheita de provas. Documento também cita assassinato de agricultor que denunciou grilagem em Barreiras.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou a manutenção da prisão da desembargadora Ilona Márcia Reis, do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia (TJ-BA), após pedido da Procuradoria Geral da República (PGR). Ela é investigada pela Operação Faroeste, suspeita de fazer parte de um esquema de venda de sentenças judiciais.
No pedido de manutenção da prisão, a PGR diz que Ilona foi fundamental para o sucesso da organização criminosa. Disse que o grupo tem feito ameaças de mortes aos colaboradores da investigação.
A PGR citou ainda o assassinato do agricultor Paulo Grendene, que denunciou esquema de grilagem na Operação Faroeste, e afirma que “a prisão preventiva dela [Ilona] é o único remédio cabível”.
A Procuradoria justifica que a liberdade de Ilona coloca em perigo a colheita de provas, apontando a possibilidade da investigada de “apagar os rastros de seus crimes e a intimidar testemunhas”.
Em fevereiro deste ano, o STJ determinou a suspensão do processo de aposentadoria voluntária de Ilona.
Revogação de prisão
Na revogação, o ministro Og determinou o afastamento de Lígia Maria do cargo. Ela também não comparecer ao TJ-BA e não deve manter contato com demais investigados. Lígia Maria foi presa em 14 de dezembro do ano passado.
No dia 20 de dezembro, a prisão dela foi convertida de temporária para preventiva e ela foi transferida para um presídio no Distrito Federal. Em janeiro deste ano, a desembargadora, seus filhos Arthur e Rui Barata, e mais três advogados foram denunciados por organização criminosa, pelo Ministério Público Federal (MPF).