Por Edmilson Siqueira
…o motivo pelo qual a esquerda em geral e o PT em particular jamais vão conseguir patrocinar um desenvolvimento sustentável de um país. O inverso, (o “filé” para o Estado e o “osso” para empresas) é o que vem acontecendo e há 110 milhões de brasileiros que não têm esgoto e uns 4…0 milhões que não têm água tratada e encanada. Uma tragédia sanitária que mata dezenas de milhares por ano…
O líder do PT, deputado Rogério Carvalho (PT-SE) disse que o novo marco legal do saneamento básico, aprovado na Câmara e no Senado, vai dar o “filé” do setor para as empresas e deixar o “osso” para o Estado. Ele não diz, mas é muito bom que assim seja.
Pois no comentário do petista está explícito o motivo pelo qual a esquerda em geral e o PT em particular jamais vão conseguir patrocinar um desenvolvimento sustentável de um país. O inverso, (o “filé” para o Estado e o “osso” para empresas) é o que vem acontecendo e há 110 milhões de brasileiros que não têm esgoto e uns 40 milhões que não têm água tratada e encanada. Uma tragédia sanitária que mata dezenas de milhares por ano, não só diretamente, com água contaminada, mas também pela falta de higiene que a situação provoca, facilitando a proliferação de muitas outras doenças.
Além disso, a frase do deputado revela vários modos de encarar a administração de um país, todas elas ruins para o povo. Sim, a esquerda diz que está sempre do lado do povo, mas isso a história tem mostrado que é a maior balela, entre várias outras que a esquerda repete há décadas e que, para muita gente, infelizmente, se tornaram verdades incontestáveis.
O PT não queria aprovar o novo marco legal do saneamento básico não só porque ele permite, finalmente, que a iniciativa privada entre de vez nesse mercado, mas, principalmente, porque o governo – federal, estadual, municipal – deixará de ser o proprietário de inúmeros departamentos de água e esgoto e de inúmeras empresas de economia mista que, de empresas mesmo têm só o nome, pois são verdadeiras repartições públicas onde viceja o empreguismo e, em muitos casos, a corrupção deslavada.
O PT, como vimos nos quase 14 anos em que ficou no poder, criou quase tantas estatais quanto a ditadura militar em seus mais de 20 anos. E algumas continuam por aí mesmo que o objetivo de sua criação não exista mais, como é o caso da EPL, estatal do trem bala, criada por Dilma Rousseff, que Bolsonaro prometeu, na campanha, extinguir, mas… O Brasil deve ser o único país do mundo que tem uma estatal cujo objetivo é manter um trem fantasma, mas isso é outro, e triste, assunto.
O saneamento básico custa caro aos brasileiros que dele desfrutam. Contas de fornecimento de água e afastamento e tratamento de esgoto são índices importantes nos gastos mensais das famílias e do empresário em geral. As empresas de economia mista que realizam esse serviço, geralmente são empresas lucrativas e que servem como campo de negociação política de qualquer candidato a prefeito ou governador.
…O PT governou o Brasil criando estatais para encaixar seus militantes, usando essas empresas para fazer negócios escusos e, muitas vezes, impedindo o aumento de preços não por generosidade, mas sim por demagogia, por interesse eleitoral (caso dos combustíveis) e, depois, cobrindo o rombo no balanço com dinheiro do Tesouro.
Em Campinas, a cidade onde vivo, a Sanasa é considerada a “joia da coroa”. Fatura alto com da cobrança de um dos mais caros serviços do Brasil. Tem uma freguesia grande (mais de 200 mil pontos de consumo) e muitas vezes aumenta o preço da tarifa muito acima da inflação vigente. É certo que atende a grande maioria da cidade, mas tem empregados bem acima do mínimo suficiente para dar conta do serviço. Seus diretores e gerentes estão entre os mais bem pagos do governo municipal e sua sede, construída num governo do PT, é um suntuoso prédio todo espelhado. Afirmar que não será privatizada tem sido discurso constante de quase todos os candidatos a prefeito. Sinal de que a esquerda conseguiu, através das mentiras de sempre, convencer boa parte da população que bom mesmo é ter uma estatal no setor.
Esse exemplo é notório. O preço da tarifa poderia ser muito menor se a empresa tivesse o número adequado de empregados, se seus diretores não recebessem salários muito acima do mercado, se ela não tivesse funcionários fantasmas, se ela não servisse quase sempre de caixa emergencial para as despesas da Prefeitura, e se não houvesse a costumeira corrupção que há em quase todos os setores da vida pública brasileira.
O PT governou o Brasil criando estatais para encaixar seus militantes, usando essas empresas para fazer negócios escusos e, muitas vezes, impedindo o aumento de preços não por generosidade, mas sim por demagogia, por interesse eleitoral (caso dos combustíveis) e, depois, cobrindo o rombo no balanço com dinheiro do Tesouro. Ou seja, o que o cidadão não pagava a mais antes das eleições, pagava depois, sendo eleito ou não o candidato do partido que enganou o eleitor.
Por essas e outras, o PT e as esquerdas em geral, não admitem a privatização de qualquer empresa ou setor do governo. Foram contra a privatização das telefônicas, lembram? A famosa fotografia de um sindicalista chutando um empresário na frente da Bolsa de Valores onde ocorreria o leilão é notória da postura dessa militância que se torna selvagem quando percebe que suas mamatas e roubalheiras podem acabar. Antes da privatização, o telefone era caríssimo, um bem de investimento que até se declarava no Imposto de Renda. Comprava-se uma linha e ela demorava de dois a três anos para ser instalada. Hoje o Brasil tem mais telefones que habitantes.
Agora, com a possibilidade de a iniciativa privada participar ativamente do saneamento básico, o Brasil poderá, finalmente, a metade da população que ainda não tem o esgoto afastado e tratado e cerca de 20% que não tem água tratada e encanada dentro de casa.
É inacreditável que o país tenha chegado ao vigésimo ano do século 21 numa situação que é a mesma da era medieval, que começou há dez séculos, com a agravante de que hoje, a água fora dos canos é quase toda poluída, por falta, exatamente, do saneamento básico. O plano é universalizar o serviço até 2033. Antes tarde do que nunca.
Pior, muito pior, seria se a situação permanecesse como quer o líder do PT.