Ministro do STF dá prazo de 72 horas para governo enviar gravação citada por Moro

O ex-ministro da Justiça Sergio Moro afirmou que, durante a reunião, o presidente Bolsonaro teria tentado interferir politicamente na Polícia Federal. A AGU pediu ao ministro Celso de Mello para reconsiderar a decisão que obriga o governo a entregar o vídeo da reunião.

Por G1

O ministro do Supremo Tribunal Federal Celso de Mello deu um prazo de 72 horas para que o governo envie a gravação de uma reunião ministerial no Palácio do Planalto. O ex-ministro da Justiça Sergio Moro afirmou que, durante a reunião, o presidente Bolsonaro teria tentado interferir politicamente na Polícia Federal.

A decisão foi divulgada no fim da noite de terça-feira (5), depois do primeiro despacho acolhendo vários pedidos da Procuradoria-Geral da República. Nela, o ministro do Supremo Celso de Mello determinou que o Palácio do Planalto deve preservar a integridade do conteúdo da gravação ambiental (com sinais de áudio e de vídeo), em ordem a impedir que os elementos nela contidos possam ser alterados, modificados ou, até mesmo, suprimidos.

Ainda sobre a gravação da reunião ministerial, o ministro destacou que constitui material probatório destinado a instruir, a pedido do procurador-geral da República, procedimento de natureza criminal.

Em depoimento no sábado passado (2) à Polícia Federal, o ex-ministro da Justiça Sergio Moro disse que durante a reunião no dia 22 de abril com todos os ministros e o vice-presidente, Hamilton Mourão, o presidente Jair Bolsonaro cobrou as substituições do superintendente regional do Rio e do diretor-geral.

Moro contou que Bolsonaro disse na reunião que iria interferir em todos os ministérios. E que se não pudesse trocar o superintendente do Rio de Janeiro, trocaria o diretor-geral e o próprio ministro da Justiça.