O Polo Agroindustrial e Bioenergético baiano é uma realidade. Prova disso, de acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), é a evolução que já pode ser vista no Médio São Francisco da Bahia. O primeiro empreendimento sucroalcooleiro em implantação, a Fazenda Serpasa, do Grupo Paranhos, já tem 12 pivôs de 110 hectares (ha) em operação, uma área de 1,3 mil ha de cana de açúcar plantada e as obras da usina estão avançadas. A previsão é que a primeira moagem tenha 400 mil toneladas de cana e ocorra no segundo semestre de 2021. Também estão aceleradas a implantação da Fazenda Escola Modelo CEEP Águas, que vai capacitar mão de obra da região, e a construção da ponte que liga Barra à Xique-Xique.
“Nós queremos produzir açúcar e álcool, pois importamos 90% e 80% respectivamente de cada produto. Precisamos produzir e gerar emprego. No início de tudo, contratamos a Ridesa e a Universidade Federal de Alagoas e fizemos as primeiras experiências, que tiveram resultados excepcionais, na Fazenda Serpasa, com uma produtividade média esperada de 300 toneladas/ha. Costumo dizer que o Grupo Paranhos é o nosso ‘quebra-gelo’, acreditou no projeto e está avançando em concretizá-lo”, afirma o vice-governador João Leão, entusiasta do projeto.
Além dos Paranhos, explica Leão, que também é secretário de Desenvolvimento Econômico, a Bevap Bioenergia já assinou protocolo de intenções para instalar a segunda usina sucroalcooleira no Polo. “Visitei recentemente usinas de açúcar e etanol de Pernambuco e Alagoas, na semana passada, em busca de novos investidores. Queremos montar, no mínimo, 10 usinas sucroalcooleiras”, ressalta.
A previsão da SDE é que sejam instalados 15 empreendimentos agrícolas, pecuários e agroindustriais no Polo Agroindustrial e Bioenergético do São Francisco. Já estão em implantação também os projetos de grãos Barracatu e Canto da Salina e agropecuário Euroeste e Cativa Agroindustrial, todos em Barra.
Primeira usina
O Grupo Paranhos, que está implantando a primeira usina do projeto, tem a perspectiva de gerar 1 mil empregos diretos e 3 mil indiretos, na primeira safra. Além de 300 empregos na indústria e 700 empregos no campo. Atualmente gera cerca de 500 empregos em todo o empreendimento. A Fazenda Serpasa tem uma área total de 8.310 ha, cultiva as canas do tipo RB 92579, VAT e RB931003 e pretende instalar ainda outros 48 pivôs. A usina terá capacidade instalada para moer 2 milhões de toneladas de cana e 300 mil litros de etanol por dia, além de produzir etanol hidratado e anidro.
“Nós temos 12 pivôs com produção estimada de 400 mil toneladas para o primeiro ano e a ideia é chegar em terra própria até 50 pivôs. Estamos em processo árduo de implantação. Não é fácil implantar uma unidade industrial em uma área nova, mas estamos muito satisfeitos com o desenvolvimento da cana, a perspectiva de mercado e tenho certeza que teremos sucesso nesta empreitada”, afirma Sérgio Paranhos, CEO do Grupo.
A gerente Agrícola da Fazenda Serpasa, Cristiane Cacique, explica que o grande diferencial da região é o solo fértil e a possibilidade de irrigação. “Nossa expectativa é atingir médias acima de 250 toneladas por hectare e extrair todo potencial genético que a variedade pode nos oferecer. Temos canas adultas e maduras, só esperando a indústria ficar pronta para a gente começar a rodar”, diz.
Fazenda Escola
O agrônomo Nelson Meira, que atua na implantação da Fazenda Escola Modelo, em Barra, explica que foi concluído o plantio de 150 hectares de capim e que daqui 3 meses será feita a incorporação da matéria orgânica do capim, para então iniciar o plantio das diferentes culturas. “O objetivo da gente é fazer a reestruturação do solo. Daqui três meses, aproximadamente, vamos incorporar todo o material no solo para daí entrarmos com a cultura de interesse”, afirma.
O projeto, com área de 250 hectares, vai desenvolver técnicas agropecuárias irrigadas, de sequeiro, agroindustriais e servirá como suporte de formação, capacitação profissional e de experiência para o Polo Agroindustrial e Bioenergético.