Geraldo Borges quer Itabuna grande nos esportes

Walmir Rosário*

Itabuna sempre foi considerada uma grande praça esportiva, tanto pela quantidade e qualidade de seus jogadores, quanto pelos torcedores, apaixonados pelo futebol, voleibol e outras modalidades esportivas. Há décadas, equipes amadoras fascinavam os torcedores no acanhado campo da Desportiva nas tardes de domingo, sem falar na seleção amadora de Itabuna, hexacampeã baiana.

Se praticávamos um futebol de excelência, nos orgulhávamos em receber as grandes equipes brasileiras do passado, que exibiam craques como Mané Garricha, Evaristo de Macedo, Bellini, Zico, Roberto Dinamite, dentre outros astros da constelação do América, Flamengo, Vasco, Fluminense, Botafogo, dentre tantos outros. Mas isso faz parte de um passado constantemente relembrado com carinho pelos itabunenses.

Inconformado com a situação de penúria que chegou o esporte – em suas várias modalidades – o radialista, advogado e mestre em Administração Pública, Geraldo Borges Santos, resolve dar o pontapé inicial na partida de soerguimento do esporte na cidade. E não é a sua primeira iniciativa, pois desde o final dos anos 1960, junto com Ramiro Aquino e Yêdo Nogueira, liderou uma campanha para a construção do Estádio Luiz Viana Filho.

Agora, se empenha em colaborar o escrever um projeto, no sentido de provocar ações da administração pública municipal, para a criação de uma política que possibilite recrutar, selecionar e envolver jovens em todos os bairros de Itabuna para a prática de esportes em suas diversas modalidades. Para tanto, considera fundamental a recuperação da Vila Olímpica de Itabuna, integrando o Ginásio de Esportes ao Estádio Luiz Viana Filho.

O projeto, elaborado em abril de 2021, foi entregue ao vereador Ronaldão, para que seja alvo de debate entre a sociedade, o Legislativo e o Executivo. Acredita Geraldo Borges que, se por um lado a expansão imobiliária acabou com os campos de peladas na periferia da cidade, em muitos bairros foram construídas quadras de esportes, hoje subutilizadas ou destruídas por falta de uma política pública de conservação, o que prejudica o esporte.

Geraldo Borges cita os feitos esportivos de Itabuna, que se destacou no futebol, voleibol, futebol de salão, natação, atletismo e basquetebol, neste, sagrando-se terceiro colocado nos Jogos Abertos de Santo André (SP). No Futebol, foi campeã do Torneio Antônio Balbino, em 1957, por ocasião da inauguração dos refletores do estádio da Fonte Nova, com a presença do presidente Juscelino Kubitschek, o início ao hexacampeonato.

Ainda no futebol, o Itabuna Esporte Clube foi vice-campeão baiano de profissionais, em 1970. Na mesma balada, os juniores do Itabuna se consagraram campeões baianos em 1971, época em que revelou grandes jogadores, entre eles Perivaldo, convocado posteriormente para a Seleção Brasileira. Tempos depois, por falta de incentivo, o Itabuna caiu para a segunda divisão e permanece inativo como clube de futebol.

Para o autor, todos os feitos e conquistas de antes deveu-se ao trabalho empírico de alguns colégios e campinhos de bairros, e hoje a cidade conta com a Universidade Estadual de Santa Cruz, a Unime e a FTC, faculdades de Itabuna e entorno, que dispõem de cursos de educação física. Daí sairão os recursos humanos especializados no preparo de jovens, recorrendo a professores e alunos, estes últimos na condição de estagiários, remunerados ou não, por meio de convênios autorizados pelo Legislativo.

Além da Vila Olímpica, integrada por um grande Estádio de futebol com pista de atletismo (inacabada, é verdade) e estrutura do ginásio de esportes e piscina, a Prefeitura poderá firmar parcerias e convênios com clubes sociais e entidades privadas. Enquanto isso, o município buscará mais recursos junto aos governos federal, estadual e a iniciativa privada para custeio e investimentos.

Conforme especifica o projeto de Geraldo Borges, os recursos para implantar o projeto podem ser alocados no orçamento da Secretaria Municipal de Esportes, que já conta rubricas específicas e técnicos capacitados para empreender as atividades. Para ele, um projeto dessa grandeza encontrará grandes parceiros entre empresas ligadas aos esportes, a exemplo das indústrias de confecção de material esportivo.

Conclui-se, portanto, que a cidade tem uma estrutura básica de equipamentos públicos voltados para o esporte, grande contingente de jovens ávidos para envolvimento em atividades esportivas e de atletismo. Tudo isso aliado a uma população que gosta de esportes, com histórica tradição de sucesso, restando ao Executivo e Legislativo estabelecerem uma política pública que possa beneficiar toda a comunidade.

A simplicidade do projeto é uma demonstração de sua viabilidade e execução, e que pode ser iniciado com a alocação de poucos recursos, parceria e muita criatividade. Geraldo Borges colocou a bola na marca do pênalti, cabe, agora, ao Executivo chutá-la em gol.

*Radialista, jornalista e advogado