Empreendendo vidas: Conjunto Penal de Itabuna certifica reeducandos após conclusão de curso

 

Mais que um negócio próprio, formatar um projeto de vida, visando à retomada de suas vidas após o período de encarceramento. Com esse objetivo como guia, foi realizado, desde o mês de junho, no Conjunto Penal de Itabuna (CPI), o Projeto Empreendendo Vidas, que teve a primeira turma certificada na manhã dessa terça-feira (31). Foram certificados nove reeducandos, após assistirem às aulas e comprovarem a compreensão do conteúdo proposto com a apresentação de um projeto de vida com uma ideia de negócio autossustentável.

Realizado pela Socializa – Soluções em Gestão, empresa que administra o CPI em regime de cogestão com o Governo do Estado, o projeto teve como objetivo o despertar do protagonismo pessoal, através do pensamento e atitudes empreendedoras, criando suas próprias oportunidades. “Nem sempre a sociedade vai oportunizar esse empoderamento, por meio de uma contratação direta, por isso é importante que também tenhamos egressos com visão empreendedora, que construam suas próprias oportunidades”, observa a coordenadora de Ressocialização da empresa Socializa, Carolinna Tosta.

A cerimônia de certificação teve a participação do diretor-adjunto do CPI, Bernardo Cerqueira Dutra, da coordenadora de Ressocialização da Socializa, Carolinna Tosta, e da Defensoria Pública do Estado da Bahia (DPE), representada pelo coordenador Walter Nunes Fonseca Júnior, e pelas defensoras Luanna Nathallya Lira Ramalho e Priscila Renaldy Rolim de Araújo.

Também participou o presidente da Associação das Micro, Pequenas Empresas e Empreendedores individuais do Estado da Bahia (Ampesba), Valdir Ribeiro de Souza, e os representantes da Socializa no CPI, o gerente administrativo Yuri Damasceno e o gerente operacional Weslen Luz.

O coordenador da DPE afirmou que a realização do curso atende a uma demanda cada vez maior de empreendedores qualificados, além do caráter ressocializador da iniciativa. “Entendemos todas as dificuldades que o sistema prisional enfrenta para a ressocialização de internos, motivo pelo qual uma iniciativa como essa é muito importante”, destacou.

O presidente da Ampesba, Valdir Ribeiro, também enalteceu a iniciativa e se colocou à disposição, assim como a entidade que dirige, para colaborar com o projeto, a partir da formalização dos projetos apresentados, transformando-os em negócios de fato. “Aos 66 anos, quando já pensamos em descansar das batalhas, presenciar um projeto como esse nos revigora e nos dá força para seguir na luta pelo fortalecimento dos pequenos negócios. Contem comigo”, declarou.

O diretor-adjunto do CPI, Bernardo Cerqueira Dutra parabenizou a todos os concluintes e destacou a oportunidade que cada um está recebendo. “Abracem as oportunidades, façam diferente do que já fizeram até aqui”. A mensagem foi recebida pelos reeducandos, que atestaram a satisfação por participarem do projeto, agradecendo a dedicação da equipe, especialmente da facilitadora, a psicóloga do CPI, Juliana Pinheiro.