Integrante da Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa da Bahia e ex-secretário estadual de Agricultura, o deputado estadual Eduardo Salles chamou de “desastrosas” as declarações do diretor da CEPLAC (Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira), Valdeck Araújo, que defendeu, em entrevista ao portal Mercado do Cacau, que uma das formas de mitigar a expansão da monilíase na Bahia seria encerrar as atividades de três processadoras de cacau instaladas em Ilhéus e Itabuna.
“O gestor público, se não tiver conhecimento do assunto, deve se calar ou procurar profissionais competentes para não falar asneira. Não pode um diretor da CEPLAC fazer uma declaração desastrosa dessa. É urgente que ele escreva uma nota pública e conceda entrevista reconhecendo que errou com os produtores de cacau, empresários da cadeia produtiva e a população do sul da Bahia”, declarou, indignado, Eduardo Salles.
O parlamentar garantiu que vai propor que a Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa da Bahia solicite audiência com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, para tratar da importância de destinar recursos para levar variedades que têm alta produtividade e resistentes à vassoura de bruxa para serem testadas no exterior a resistência contra a monilíase.
“A indústria é a grande geradora de empregos, agregadora de valores e oferece estabilidade aos produtores locais. Retirar as indústrias do Estado, como sugere, de forma equivocada, o diretor da CEPLAC, vai acabar com a cadeia produtiva responsável pela geração de milhares de postos de trabalho em Ilhéus e demais municípios do sul da Bahia, que já sofreram muito nos últimos 30 anos por causa da vassoura de bruxa”, explica o deputado.
Eduardo Salles ressalta que as declarações criam consequências devastadoras à cultura quando vêm de quem deveria procurar o poder público, os representantes políticos e produtores para, sem bandeira partidária, encontrar uma solução para o problema.
“Quando fui secretário estadual de Agricultura, assinei convênio, ainda em 2012, com o governo do Acre, fizemos um pacto com os estados do Norte, e construímos com a ADAB (Agência de Defesa Agropecuária da Bahia), um plano com estratégias de contingenciamento para tentar evitar que a monilíase chegasse à Bahia”, lembra o deputado.
O parlamentar defende a adoção de medidas de defesa sanitária para retardar a chegada da monilíase enquanto há investimento na produção de mudas resistentes à praga e com alta produtividade.
“Essa deveria ser a missão do diretor da CEPLAC: evitar a chegada da monilíase e ajudar na preparação de variedades que sejam resistentes e não dar declarações completamente equivocadas e que colocam em risco a economia do sul da Bahia”, concluiu Eduardo Salles.
Por Ascom Deputado Eduardo Salles