Donos de animais de estimação devem estar atentos às recomendações para preservar a saúde de cães e gatos na quarentena
Com a pandemia do Covid-19 e a necessidade do isolamento social, os animais de estimação ganharam companhia por mais tempo. Como muitos profissionais estão trabalhando de forma remota, os pets têm ganhado mais atenção e espaço em fotos e vídeos nas redes sociais. No entanto, alguns cuidados são necessários com os animais de estimação, mesmo durante a quarentena.
De acordo com Dr. Ronaldo Argôlo Filho, médico veterinário e coordenador do curso de Medicina Veterinária da Unime Itabuna, evitar o contato é uma das recomendações de precaução para os humanos evitarem o Covid-19. Porém, pegar o animal de estimação no colo está liberado se ele estiver higienizado. “Embora não haja confirmação se os cães e gatos podem transmitir a doença, eles podem abrigar o vírus no pelo e nas patas, servindo de veículo para o Covid-19. O ideal é adotarmos medidas preventivas, como por exemplo, não beijar o animal e não se deixar ser lambido, principalmente no rosto, lavar as mãos após brincar com seu pet ou fazer a limpeza do local onde o pet se encontra. Se uma pessoa que apresente os sintomas do coronavírus brinca com animal de estimação, a recomendação é que uma outra pessoa que vá tocar nele utilize luvas e máscara. Não há problema em manter contato com o animal, que será ótimo companheiro na quarenta, desde que não esqueça de empregar as recomendações de higiene”, explica.
Outra dúvida frequente está relacionada ao passeio com os animais. O especialista ressalta que o ideal é permanecer em casa. “Para os animais de pequeno porte, o bom é mantê-los em casa, para não correr nenhum risco, inclusive para o dono. No entanto, para os pets maiores, que não têm espaço para caminhar, o dono pode aproveitar a área externa da casa ou às áreas comuns do prédio, evitando contato com outras pessoas e seguindo as recomendações do Ministério da Saúde. Caso saia de casa, é necessário que seja dado banho no animal ao retornar, o qual ficará mais saudável e higienizado” – completa Dr. Ronaldo Argôlo Filho.
“Também devemos ficar atentos à alimentação dos pets. Com os donos em casa, colocar ração mais vezes ao dia ou dar um pouquinho da comida do almoço para o animal pode ser comum, mas não é o recomendado. Os animais devem ter acesso a uma alimentação balanceada e na quantidade adequada ao seu porte, além de água limpa e fresca”, explica o coordenador de Medicina Veterinária.
As pesquisas sobre o contágio de animais com coronavírus ainda são preliminares. Até agora, apenas três casos foram relatados, dois cachorros em Hong Kong e um gato na Bélgica. Aparentemente, os gatos são mais susceptíveis à doença. No entanto, o Covid-19 age diferente em animais. “De acordo com estudos iniciais, em cães e gatos o vírus poderia não causar sintomas ou causaria uma diarreia de 3 a 5 dias e o próprio organismo do animal agiria para a cura, resolvendo espontaneamente”, finaliza o especialista.