CPI da Covid: ampliação de investigações para estados e municípios ainda é dúvida

O requerimento de criação da CPI da Covid deve ser lido em Plenário nesta terça-feira (13). Senadores discutem ampliar a investigação sobre ações e omissões do governo federal no combate à pandemia e incluir as atuações de governadores e prefeitos. Tiago Medeiros, da Rádio Senado, conversou sobre o assunto com o senador Carlos Viana (PSD-MG), vice-líder do governo no Senado, para quem o momento não é adequado para o funcionamento da comissão de inquérito. “A última intenção dela é dar respostas aos brasileiros. Infelizmente, o Senado da República está sendo usado por uma decisão questionável de um ministro do Supremo para o que há de pior na política, que é você ganhar evidência, ganhar notícia em rádio e televisão, ganhar voto em cima de caixões”, afirmou.

Os senadores baianos se manifestaram uns contra outros a favor. O presidente do PSD na Bahia, o senador Otto Alencar, se mostrou favorável à possível ampliação da investigação da CPI da Covid-19 para prefeitos e governadores, como tenciona o presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido).

Já o senador Ângelo Coronel (PSD) afirmou que acha a iniciativa “válida”, mas apenas no próximo ano, com sessões presenciais. “O Senado está praticamente fechado, com vários assessores internados. Ninguém está indo. CPI só para colocar no jornal e não poder trabalhar? Investigação online é complicado. Seria inócua”, afirmou o senador, ao justificar o motivo de não ter assinado a lista.

Quanto ao senador Jaques Wagner (PT-BA) não assinou o requerimento para instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid no Senado Federal. O congressista baiano foi o único da bancada do seu partido a se posicionar contra a CPI que vai investigar as responsabilidades e a omissão do Governo Bolsonaro na pandemia.

O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) protocolou requerimento junto à Mesa Diretora do Senado pedindo a ampliação do escopo da CPI da Covid. Ele quer que a comissão investigue também atos praticados por agentes políticos e administrativos dos estados, do Distrito Federal e dos municípios “na gestão de recursos públicos federais destinados a custear as políticas sanitárias adotadas com o objetivo de combater a pandemia da covid-19 e seus efeitos”.

“Garantimos a abertura da CPI da Covid e agora apresentamos o pedido para ampliar o seu escopo, incluindo os atos praticados por governadores, prefeitos e outros agentes administrativos. É preciso apurar a verdade em todas as esferas. Quem não deve não teme!”, escreveu Alessandro Vieira pelo Twitter.

Já o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) está prestes a protocolar um requerimento para a criação de uma comissão parlamentar de inquérito para investigar não só o governo federal, mas também os governos dos demais entes federados.

“Conseguimos! Já são mais de 34 assinaturas até o momento! Reunimos o número de assinaturas suficientes para protocolar uma CPI abrangendo União, estados e municípios. Espero que a verdade venha à tona, quem tá devendo vai ter que se justificar e quem errou vai ter que ser punido”, publicou Girão no início da tarde desta segunda.

Por sua vez, o senador Roberto Rocha (PSDB-MA) avisou que vai apresentar requerimento para que seja criada uma CPI mista, ou seja, uma comissão parlamentar de inquérito com participação de senadores e deputados federais. Ele pede que essa comissão mista investigue possíveis irregularidades no uso de recursos federais por estados, Distrito Federal e municípios no combate à pandemia.

As propostas foram recebidas com apoios de alguns senadores e críticas de outros.