Por José Nazal
Corria o ano de 1972 e eu estava cursando o 1º ano científico no Instituto Nossa Senhora da Piedade. Chegando ao final das férias do meio do ano, decidi comprar uma câmera fotográfica para registrar os bons momentos com os queridos colegas, tanto dos recreios diários como das atividades extraclasse, principalmente os dias de “Reflexão”.
Recordo-me com clareza o dia em que fui na Ideal Foto (que vendia câmeras amadoras e profissionais) e escolhi uma compacta, fácil de usar: a Olympus Trip 35. Saí dali com alguns rolos de filme e comecei a fotografar, tomando como base as primeiras instruções que me foram passadas por Raildo José Vieira do Nascimento, fotógrafo e empresário.
O entusiasmo foi tanto que, trinta dias depois, voltei na Interfot Comércio e Representações Ltda. (Ideal Foto) para a compra de uma câmera profissional e todos os equipamentos necessários para montar um estúdio para revelação dos filmes e impressão das fotos. Comprei uma câmera Asahi Pentax SP-1000 e um ampliador Hansa Júnior, assim como os utensílios necessários para revelar e copiar as fotos.
Sem nada saber de fotografia, encontrei o luxuoso auxílio de dois irmãos, meus queridos amigos até hoje: Adenival (Natival) e Melquíades. Natival me ensinou a fotografar e Melquíades me ensinou a prática do laboratório.
Em 1997, ao comemorar os 25 anos de fotografia, lancei “Ilhéus: Ontem Bela, Hoje Linda”. Para comemorar os 50 anos, estou tentando terminar uma publicação para marcar a data, lançando ainda este ano de 2022, se Deus permitir.
Não poderia finalizar esse memorial sem me lembrar de nomes de fotógrafos que admiro, especialmente por terem registrado a história e a memória ilheuenses: Alexander (A.) Fâmula, Pablo Pinillos, Lindemann, João (J.) Dias, Grandson, Rolemberg, Zezito Mendonça, Lourival (Louro) Silva Reis, Francino Vieira, Natival, José Garcia, Raildo Vieira, Jaime Costa, Jair Garcia, Josué Caffé e Eduardo Zugaib.
Passados esses cinquenta anos, hoje agradeço a Deus, Nosso Senhor, a dádiva de ter me concedido esse dom e ter mantido o meu amor pela arte da fotografia, o que me levou a amar cada vez mais o chão onde nasci e me criei. Dos primeiros anos, infelizmente, não me preocupei em guardar tudo, porém, de uns trinta e cinco anos para cá (ou pouco mais), consegui manter um acervo razoável, legado que deixarei para a posteridade, em especial para a minha querida Ilhéus.