Na manhã desta terça-feira, 22, o Secretário de Agricultura e Meio Ambiente, Moacir Smith Lima, está participando de uma reunião presidida pelo secretário da Secretaria de Agricultura da Bahia (Seagri), José Carlos Oliveira, sobre a monilíase, causada pelo fungo Moniliophthora roreri, é uma das mais sérias doenças do cacaueiro, infectando os frutos em qualquer fase de desenvolvimento e, em condições favoráveis, pode causar perdas de até 100% da produção.
Estão compondo a mesa o secretário da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), Josias Gomes, a secretária da Secretaria de Ciência e Tecnologia, Mara Souza, o Deputado Estadual, Eduardo Salles (PP).
Mais recentemente a doença atingiu o México (2005) e Bolívia (2012) e hoje se encontra em todos os países produtores de cacau da América Latina. No Brasil, a porta de entrada foi no Acre. Esta doença não só atinge o cacau, mas também o cupuaçu.
O potencial de inóculo por fruto é elevado. Um fruto doente pode produzir cerca de sete bilhões de esporos na superfície da lesão necrosada. A característica pulverulenta dos esporos do fungo, facilita a dispersão natural pelo vento, ou por meio de respingos de chuva das lesões esporulantes para outras plantas, podendo alcançar 1 km de distância.
Uma doença bem conhecida na região, a vassoura-de-bruxa (Moniliophthora perniciosa), provocou uma catástrofe na Região Cacaueira no Sul da Bahia, eliminando mais de 250 mil empregos diretos e reduzindo drasticamente a produção de cacau, impactando cidades como Ilhéus e Itabuna com êxodo rural, afetando diretamente na economia dessas cidades.
O Diretor de Agricultura, Rodrigo Haun, e do Chefe de Gabinete, Marcelo Lisboa, também participaram da reunião e frisaram a importância de participar e de se inteirar sobre a monilíase, para evitar o que aconteceu no passado, pois a região ainda se recupera do dano que a vassoura-de-bruxa causou, porém se fortalece a cada dia produzindo amêndoas de excelente qualidade, premiadas nacionalmente.
“Estamos aqui desenvolvendo uma ação proativa, buscando orientar as pessoas para que essa doença não chegue à Bahia, porque ela é muito mais danosa do que a vassoura de bruxa. Ela incide diretamente nos frutos, ou seja, na base econômica do cacau. Além disso, é um fungo cosmopolita. Ele se adapta às variações de temperatura e altitude e nós estamos aqui fazendo uma campanha educativa nos portos, aeroportos e barreiras sanitárias”, afirmou o secretário da Seagri, João Carlos Oliveira.
Em 2021, de janeiro a dezembro, o estado produziu 140 mil toneladas de cacau, representando 71% da produção nacional, resgatando a liderança da produção cacaueira no país. “Nós estamos num grande momento. Já estamos com mais de cem marcas de chocolate de origem no sul da Bahia, que foram colocadas no salão de chocolate na França, e não deixou a desejar em relação aos chocolates do mundo”, completou Oliveira.
A campanha consiste em material informativo como folders, selos, além de material voltado para as redes sociais, spots de rádios e vinhetas para aeroporto. Este material, direcionado para técnicos, produtores e leigos, possui orientações para impedir que o risco chegue às lavouras baianas, comprometendo uma produção importante para a economia do estado. Participaram do lançamento autoridades, dentre elas o secretário estadual de Desenvolvimento Rural, Josias Gomes; e as secretárias estaduais da Saúde, Adélia Pinheiro, e da Ciência e Tecnologia e Inovação, Mara Souza; além de deputados e representantes associações e produtores.