Por Walmir Rosário*
“Torcer para o Fluminense é uma maneira de você olhar para o seu vizinho e dizer: “Sou melhor que ele”. Esta é uma das tantas frases famosas escritas e ditas pelo jornalista, escritor e dramaturgo Nélson Rodrigues, sobre o tricolor das Laranjeiras, que se aplica muito bem a Tasso Castro, que lança agora o seu quinto livro sobre futebol: As doces vitórias. Não tenha dúvida, todas do Fluminense.
O livro é uma homenagem simbólica ao eterno tricolor Nélson Rodrigues, com a orelha escrita por Fábio Lopes, o prefácio de Marcos Bandeira, posfácio de Luiz Luna e um artigo de Zé Roberto, ponteiro-esquerdo que brilhou no Fluminense e que hoje desempenha o ofício de escritor. O livro estará à disposição dos aficionados futebolistas de Itabuna – em primeira mão – dentro de poucos dias.
Em “As doces vitórias”, Tasso Castro apresenta 30 conquistas distintas do Fluminense, a partir dos anos 1960, as quais ouviu pelo rádio, viu pela TV ou as assistiu nos estádios, ao lado da torcida tricolor. E nesse trabalho ele apresenta recortes dos jornais da época, com a intenção de dar mais intensidade aos relatos. No final do livro, disponibilizou páginas para que os tricolores divulguem a sua paixão, lembrando vitórias inesquecíveis.
No prefácio, Marcos Bandeira (juiz de direito aposentado, advogado e ex-jogador de futebol) revive a verve e o pensamento Rodriguiano de que “a grande torcida é a do Fluminense. Nada se compara à sua flama e à sua fidelidade. Outras podem ser mais numerosas. Uma torcida, porém, não vale a pena pela sua expressão numérica. Ela vive e influi no destino das batalhas, pela força do sentimento. E a torcida tricolor leva um imperecível estandarte de paixão”.
E Marcos Bandeira não deixa por menos, dizendo sentir-se honrado de prefaciar o livro, por ser o Fluminense, o clube do seu coração. Paixão e amor se misturam de uma forma tão intensa quando se trata de amor ao clube de futebol. E vaticina: “Troca-se de cônjuge ou companheira, mas nunca de time. Ainda não conheci um ex-tricolor ou ex-vascaíno…Simplesmente é assim. Amor Condicional”, afirma Bandeira.
As doces vitórias é o quinto livro desse canavieirense nascido no Chororão, hoje distrito de Camacan, e itabunense por adoção. Amante do bom futebol, escreveu em 2011, Fluminense, memórias de uma paixão (2ª tiragem em 2015); Babas e bolas, em 2016; Oxente, sou Flu, em 2018; Fechando o Gol, em 2020, numa homenagem ao goleiro Luiz Carlos; e completando – temporariamente – a coleção com As doces vitórias, em 2022.
Mas enquanto o livro As doces vitórias não nos é apresentado e não nos enche os olhos, podemos iniciar a leitura dos livros de Tasso Castro por “Fluminense, memórias de uma paixão”, para que o leitor relembre o futebol praticado pelo Fluminense e outros clubes de Itabuna. Vale o passeio pelos anos 1950 em diante, com o futebol bem jogado no velho campo da Desportiva Itabunense.
Se você não era nascido naquela época, melhor ainda, pois vai se deliciar com os dois Fluminenses, o do Rio de Janeiro e o de Itabuna, na visão de um torcedor apaixonado, cujas retinas mantêm gravadas os grandes clássicos. Nesse livro, se apresentarão, os craques do rádio esportivo, a exemplo de Geraldo Santos, Orlando Cardoso, Edson Almeida, Yedo Nogueira, Ramiro Aquino, e tantos outros.
No livro “Babas e Bolas”, a emoção é diversificada, pois se trata de um resgate de uma época em que o autor dá um passeio pelos campinhos de babas de Itabuna, nos quais os craques e peladeiros disputavam a bola como um verdadeiro tesouro. E aqui vai uma simples amostra: os campinhos do Quintal de Zé Félix, Fiat, Adelba, Geraldão, Sesp, Seac, Grapiúna, Borboleta, AABB, Cordilheira, Coopgrap, Fazenda Progresso, e muitos outros.
E ainda tem muito mais no livro “Oxente, somos Flu”, no qual conta uma visita feita ao Fluminense carioca, na sua sede das Laranjeiras, em companhia do radialista Edson Almeida, onde viram de perto os grandes ídolos do Flu. Em especial as homenagens aos baianos que por ali brilharam, a exemplo de Pedro Amorim, Washington (que fez sucesso com Assis no Casal 20), e o inesquecível Léo Briglia. Não esqueçam do Rei Zulu Denílson, Amoroso, Samarone, Lula e dezenas de outros que fizeram história no tricolor carioca.
“Fechando o gol” é uma obra-prima em que Tasso Castro brinda os leitores com toda a emoção vivida pelo futebol itabunense desde os anos 1940, notadamente nas décadas de 40 a 90 do século passado. Já vale pela capa, com uma bela foto de um voo do grande e saudoso goleiro Luiz Carlos, homenagem mais do que merecida, unânime, diria sem medo de errar. E ainda analisa os craques daquela época por posição em campo.
Se o leitor pensa que Tasso não fala dos muitos craques, não perde por esperar: Que tal os irmãos Fernando, Carlos, Leto e Lua Riela; Albérico, Porroló, Rogério, Nilson, Abiezer, Santinho, Tombinho, Jorge Félix, Plínio Assis, Ronaldo Dantas, Bel, Ronaldo Neto, Quinha, Jonga Preto, Roberto, Melo, Carlinhos Aquino, Rui Lordão, que podiam ser encontrados em qualquer campinho de Itabuna.
São histórias muito bem contadas por Tasso Castro, para quem gosta e tem verdadeira paixão por futebol. Futebol sabido e digno de ser lembrado.
*Radialista, jornalista e advogado