Ataques intensificaram após Bolsonaro se posicionar contrário à imunização
“A Anvisa informa que, em face das ameaças de violência recebidas e intensificadas de forma crescente nas últimas 24 horas, foram expedidos neste domingo (19/12) ofícios reiterando os pedidos de proteção policial aos membros da Agência. Tais solicitações já haviam sido feitas no último mês de novembro quando a Agência recebeu as primeiras ameaças”, comunicou a instituição. “O crescimento das ameaças faz com que novas investigações sejam necessárias para identificar os autores e apurar responsabilidades”, acrescentou.
De acordo com informações da Folha de S. Paulo, o ofício com o pedido de segurança foi endereçado ao procurador-geral da República, Augusto Aras, mas a Anvisa afirmou que também irá enviar o documento ao ministro-chefe do gabinete de Segurança Institucional, ao ministro da Justiça, ao diretor-geral da Polícia Federal (PF) e ao superintendente regional da PF no Distrito Federal.
“Mesmo diante de eventual e futuro acolhimento dos pleitos, a Agência manifesta grande preocupação em relação à segurança do seu corpo funcional, tendo em vista o grande número de servidores da Anvisa espalhados por todo o Brasil. Não é possível afastar neste momento que tais servidores sejam alvo de ações covardes e criminosas”, pontuou a instituição, que não pretende divulgar publicamente as ameaças, mas informou ter encaminhado todo material às autoridades.
Os ataques aos técnicos que liberaram a vacina para as crianças foram intensificados após o presidente Jair Bolsonaro se manifestar contrário à aplicação do imunizante neste público. Ainda neste domingo (19), ele disse ter pedido ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que os responsáveis pelos menores de 12 sejam obrigados a assinar um termo de responsabilidade ao vaciná-los e que também seja exigida uma receita médica.
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil