Com cerca de três meses de inauguração, o Abrigo Municipal “Calor Humano”, em Canavieiras, já se tornou uma referência em recolhimento de moradores de rua. Com capacidade para 24 usuários do sexo masculino, o sítio dispões de área verde de lazer, condições de repouso, espaço de estar e convívio, dando a sensação de um lar.
O abrigo nasceu de uma necessidade; com o início da pandemia da Covid 19 foi imprescindível acolher essa população que se encontrava ainda mais vulnerável por conta do vírus. “Devido a Assistência Social identificar no município algumas pessoas em situação de rua e o desejo do prefeito Roberto Almeida de realizar um trabalho mais completo com elas, foi de extrema necessidade e urgência o recolhimento deles”, afirma o secretário municipal da pasta e presidente do Fórum Regional de Assistência Social (FRAS), Abel Lisboa.
No dia 23 de março, a secretaria fez o acolhimento de cerca de 10 homens que foram alocados na Escola Municipal Noécia Cavalcante, numa parceria com a secretaria de Educação. Nesse primeiro momento, as doações da população foram fundamentais, principalmente de colchões e roupas.
A experiência positiva com pessoas sendo reinseridas à família e à sociedade, tratamento médico adequado e garantia de direitos aos moradores, mostrou que a criação de um abrigo municipal não era apenas um sonho. Desta forma, na primeira quinzena de outubro, foi inaugurado o Abrigo “Calor Humano”, uma vontade antiga do prefeito Roberto Almeida que se tornou realidade.
Por tratar-se de um serviço de acolhimento institucional provisório, o objetivo do local é fornecer a essas pessoas que se encontram em situação de abandono garantia de direitos, restabelecer vínculos familiares e/ou sociais, favorecendo o desenvolvimento de aptidões, capacidades e oportunidades para que os indivíduos façam escolhas com autonomia.
Para isso, uma equipe multiprofissional formada por assistentes sociais, psicóloga, nutricionista, monitores e educadores físicos trabalha junto com os abrigados. Além disso, eles passam por exames de saúde, tratamento dentário e Psicossocial por meio do CAPS.
A coordenadora do abrigo, Renata Baraúna, lembra que o preconceito e a discriminação vêm da ideia de que eles estão nessa situação porque querem. “É preciso compreender que assim como qualquer cidadão, a pessoa em situação de rua são sujeitos de direitos e deveres e que são ignorados pela sociedade e pelo poder público. Ninguém vive na rua por que quer. Várias situações levam pessoas a viverem nesta circunstância”.
Desde março, 22 pessoas já foram acolhidas e hoje 11 se encontram no local. Elas chegam por meio de encaminhamentos do CREAS – Centro Especializado de Assistência Social, demais serviços socioassistenciais, de outras políticas públicas setoriais e de defesa de direitos e por demanda espontânea.