Sábado (16), acontecerá uma carreata pedindo a volta às aulas semipresenciais em Itabuna

A união das escolas particulares de Itabuna, alinhadas ao movimento nacional União Pelas Escolas, promoverá nesse sábado (16), às 8h, saindo do Jardim do Ó, uma carreata cujo objetivo é atentar a população itabunense para a necessidade do retorno semipresencial das atividades escolares, bem como apelar aos órgãos responsáveis pela liberação.

Este evento ocorrerá em âmbito nacional em data e horário concomitantes. A maior reinvindicação desse retorno parcial é que tempo prolongado de isolamento, longe da escola e dos amigos, tem impactos profundos na vida de crianças e adolescentes. Segundo Priscila Cruz, presidente-executiva da Todos pela Educação, está havendo uma distorção de valores, que o questionamento da volta das aulas presenciais se tornou uma questão ideológica. E concluiu: “…as pessoas realmente acham que educação é prioridade? Estão dispostas a abrir mão do shopping para que os filhos possam ir para a escola?”.

O movimento reforça ainda que houve a volta dos demais setores, inclusive entretenimento e demais cursos com uma clientela como bancas, cursos extras, atividades complementares. Outro ponto importante é o baixo risco de contágio entre crianças e ainda, seguindo o protocolo da OMS, com afastamento dos alunos, álcool em gel, uso de máscara, dificilmente haverá contaminação.

Em conversa com a pedagoga Glória Sodré, ela explicou que houve um apoio forte dos pediatras que assinaram um documento que traz coletânea de artigos científicos que mostra que a reabertura das escolas durante a pandemia pode ser segura. Mais de 400 pediatras assinam carta de apoio ao retorno das aulas presenciais. Apesar do que se supôs no início da pandemia, as crianças não são super-spreaders (disseminadores) do COVID 19.

Outro dado relevante é que no Brasil e no mundo, as crianças se infectaram mais em casa através dos próprios  familiares expostos do que na escola. Os impactos do isolamento social prolongado no desenvolvimento infantil e saúde mental são imensos e duradouros. Obesidade, transtornos de ansiedade, transtornos do sono, danos pela exposição excessiva a telas são alguns dos muitos prejuízos.

Alguns pais ainda tem resistência e temem esse retorno, com isso, só irão permitir que seus voltem a frequentar as aulas quando a vacina estiver disponível.

O secretário de educação da Bahia, Jerônimo Rodrigues, em entrevista informou que para haver o retorno das aulas na rede pública seria necessário três ações. Primeiro é a preparação das escolas para o retorno às aulas. As escolas estão, na sua maioria, adaptadas com dispensores de álcool em gel, com mais pias, mais lavabos, com janelas onde as salas tenham dificuldade de aeração para que o ar circule. A segunda frente é uma frente de manutenção e ampliação e reforma de escolas. Nós conseguimos fazer ao longo desse período, rede elétrica, rede hidráulica, parte física, acessibilidade. E a terceira frente é aquela frente de novas escolas, concluiu o secretário.

O retorno às aulas é possível, porém deve ser bem planejada. Com quase um ano de pandemia, as informações que se tinha no começo dela devem ser repensadas em relação aos dados que se tem hoje, dentre elas que crianças não disseminam a Covid-19 como se esperava, mas uma coisa não mudou, o prejuízo que a educação teve, principalmente aos que dependem da rede pública de ensino.

One thought on “Sábado (16), acontecerá uma carreata pedindo a volta às aulas semipresenciais em Itabuna

  1. A situação é complicada, sabemos que a pandemia atinge as operações financeiras de todos, mas, dada a estrutura urbana que temos, é extremamente perigoso estimularmos aglomerações. Se fizermos isto, todo o esforço para conter tanto a propagação em massa do vírus, quanto o consequente colapso da rede de saúde, bem como, todos os investimentos financeiros feitos até aqui, serão jogados fora. Além do que cito, devemos ressaltar que também colocaremos a vida de muitos em risco, pois não teremos vaga em hospital, profissionais de saúde e demais insumos para tratar outras demandas da saúde. Então, dada nossa situação, não vejo com bons olhos o retorno às aulas, isto beneficiaria uma parcela muito pequena da população (principalmente empresários do ramo) em detrimento da exposição e difusão do vírus, colocando a todos em risco.

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