“Pouco adiantou
Acender cigarro
Falar palavrão
Perder a razão
(…)
Acho que eu fico mesmo diferente
Quando eu falo tudo o que penso realmente
Mostro a todo mundo que eu não sei quem sou
Eu uso as palavras de um perdedor”
(PATO FU – PERDENDO OS DENTES. Posicione o celular para ouvir a música inteira)
Em 2020, mantença da tradição de não reeleger prefeito em Itabuna. Até aí, nada de novo.
Novidade mesmo foi a construção do processo eleitoral, sobretudo por ser uma eleição em tempos pandêmicos. Apesar das estabanadas recomendações do Tribunal Regional Eleitoral, as medidas restritivas em virtude do COVID quase não foram respeitadas, lamentavelmente. “Itabuna, melhore!”
Na corrida eleitoral, nostalgicamente existe uma saudade dos calorosos debates na televisão. Espaços virtuais ganharam mais atenção. Aglomerações diversas em redes sociais, engajamento, conexões, revelaram-se marca das eleições, ocuparam mais espaço. Teledemocracia, cibercidadania, militância em rede, 24 horas sem parar… Nesse passo, o cuidado e fino trato com a interação nas redes sociais foi o tempero que fez toda diferença na disputa pelo executivo de Itabuna. Dos candidatos ao executivo, o jovem interativo, carismático e dedicado vice prefeito Guinho conta com mais de 20 mil seguidores no Instagram e possui perfil verificado. Pelo legislativo, o mais bem votado candidato Fabrício Pancadinha, jovem, artista, líder e criador de projetos sociais, conta com 29 mil seguidores no Instagram.
Candidatos com ações, projetos, propostas e boa interação nas redes sociais, tendem a ganhar destaque. Interagindo, repostando, respondendo, criam laços e conseguem recrutar divulgadores espontâneos, de famosos a anônimos, toda postagem, marcação, #hastag é bem vinda! A era digital marca a cidadania, influencia na democracia e interfere nos resultados das eleições, uma nova – e talvez para sempre – realidade.
Noutro giro, o uso das redes ficou marcado também por um teatro de horrores: xingamentos, acusações, provocações, exposição da vida privada dos oponentes, tentativas de escárnios e linchamentos virtuais. Agressividade, comunicação violenta, linguagem alienante, tentativas de desidratar a imagem do opositor com vistas a ganhar adesão. Comunicação violenta. Plano errado esse de expor vida privada dos concorrentes, “tiro pela culatra” que recebia como respostas uma avalanche sem fim de textos, áudios e vídeos. A militância virtual se fazia presente para rechaçar o que parecia fugir do “politicamente correto”, vale tudo na guerra? Não, até a guerra possui um cabedal de regras, o dever ser. Mas será a disputa eleitoral, uma guerra, um confronto? Talvez não.
Expressar honestamente, escutar de forma mais empática e acolhedora produz mais conexão. Lições e reflexões de mais uma eleição decisivamente influenciada pelo uso da internet. Que possamos esquecer as culpas, ofensas e guardar aprendizados. Que se dissipem as intrigas, entreveres, provocações de todo nível de baixeza. Doravante, o novo governo deve exercer o seu papel pensando na coletividade, no bem comum, nos interesses da cidade. Já que a internet foi um plus, que o valor participação, transparência e gestão democrática aconteça no modo presencial e virtual: audiências públicas, orçamento participativo, consultas e quem sabe até projetos de lei de iniciativa popular em meio digital.
Falou tudo digníssimo professor. Muito orgulhoso de ter um dia poder tido a honra de participar de uma aula sua. Seus ensinamentos levo para a vida. Direitos humanos, presente!