Além das aves, foram encontrados galinhas e galos de rinha. Os animais estavam sendo traficados em condições precárias, em ambiente escuro e sem ventilação.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) segue combatendo o crime ambiental e no final da tarde desta quarta-feira (16) resgatou dezenas de pássaros silvestres na BR-116, em Jequié, município da Bahia. As aves silvestres estavam aprisionadas no porta-malas de um Voyage.
Durante a abordagem foram solicitados os documentos do condutor e da passageira. Em seguida, os agentes realizaram os procedimentos de fiscalização e após uma revista minuciosa no banco traseiro do carro, os policiais visualizaram gaiolas, além de uma certa quantidade de galinhas e galos, encobertos e amarrados, com restrição de movimento, privação de luz e sem circulação de ar, ensejando condições evidentes de maus-tratos.
Dada às circunstâncias, a equipe decidiu aprofundar a fiscalização e no porta-malas foram encontradas 38 aves silvestres, todas aprisionadas em gaiolas pequenas e em condições precárias de falta de higiene, sem água e ventilação. Uma das aves já estava morta. Foram encontradas também 39 gaiolas vazias e apetrechos.
Após entrevista aos ocupantes do automóvel, o motorista de 44 anos assumiu a responsabilidade pelo tráfico dos animais e disse não possuir autorização do órgão ambiental para criação e nem a guia de transporte.
Informou ainda que os animais foram adquiridos no estado de Pernambuco. Por fim, afirmou que pretendia comercializar as aves em São Simão (GO). Cada exemplar seria vendido por 80 reais.
Em seguida, foi lavrado o Termo Circunstanciado de Ocorrência e o infrator que é natural de São Paulo (SP) responderá na Justiça por crime contra o meio ambiente da Lei 9.605/98.
Os pássaros foram encaminhados aos cuidados da Secretaria do Meio Ambiente local, onde serão triados, alimentados e tratados por profissionais. Passarão por um processo de reabilitação para voltarem à liberdade.
As rinhas ou lutas ou brigas de galo são para alguns considerados um “lazer’, cuja prática é antiga no Brasil e tem como maior objetivo a questão do dinheiro. São realizadas apostas (jogo de azar) em ambientes clandestinos.
A prática envolve maus-tratos, mutilações, ferimentos e abusos físicos. Em muitos casos, as penas da cabeça e da parte superior da coxa são arrancadas para que fiquem expostas a fim de exibir a musculatura e há relatos de usos de substâncias químicas metabólicas a fim de aumentar sua “competitividade”, extremamente prejudiciais à saúde dos animais.
O retorno ao habitat natural nem sempre é um processo rápido. Além de tratar a saúde, os animais precisam reaprender funções básicas como voar e caçar.
A PRF alerta que as denúncias nas rodovias podem ser realizadas através do telefone 191, que funciona em todo o Brasil. A ligação é gratuita e não é preciso se identificar. Vale ressaltar que é crime a caça predatória, o tráfico e a criação ilegal de animais silvestres.