Por Glayton Botelho Rocha, Especialista Agronômico
A irrigação é sem sombra de dúvidas a tecnologia que promove o maior impacto no aumento da produtividade na agricultura. Mas não podemos pensar que a irrigação tem objetivo apenas de suprir a escassez das chuvas.
Ainda existe no Brasil uma visão equivocada que associa a prática de irrigação ao fornecimento de água às plantas quando não se tem chuva. Acreditar nisso é limitar a ferramenta mais poderosa que o produtor possui para alcançar maior eficiência, menor custo e maior rentabilidade.
A Netafim, pioneira e líder mundial em soluções para irrigação, vem trabalhando com o conceito de irrigação inteligente há pelo menos 50 anos, quando produtores rurais em Israel inventaram a irrigação por gotejamento e decidiram converter áreas do deserto em terras de alta produtividade. O que eles fizeram? Muito além de fornecer água às plantas, eles conseguiram alcançar maiores produtividade utilizando uma quantidade mínima de água, além de economizar fertilizantes e defensivos químicos com a utilização do sistema.
Mas afinal, o que é irrigação inteligente?
É o uso eficiente da tecnologia de irrigação localizada (gotejamento e microaspersão). É fornecer água às raízes das plantas, onde a água é realmente necessária, não nas folhas provocando condições para surgimento de doenças, provocando estresse à planta e aumentando as despesas por aplicações desnecessárias de defensivos químicos. É fornecer água na quantidade certa e no momento ideal que a planta necessita. É entregar às plantas os nutrientes necessários no local certo e no momento oportuno durante todo o ciclo de cultivo. É utilizar o sistema de irrigação como veículo de transporte e distribuição de insumos agrícolas, ao invés de consumir elevada mão-de-obra e combustível.
Práticas semelhantes têm sido trabalhadas nas culturas de hortifruti com o suporte agronômico da Netafim, proporcionando aos produtores significativos resultados. Na cultura do tomate, por exemplo, um dos maiores produtores da indústria, Iron de Lima, da Fazenda Alegre, em Itaberaí-GO, está revolucionando sua produção desde 2012, com um expressivo aumento de produtividade e qualidade no tomate, de 73t/ha no pivô central para 127 t/ha com irrigação inteligente no gotejamento. Além de aumentar a produtividade, o produtor atingiu melhor coloração, maior número de frutos por planta, maior peso, excelente brix e acidez, características importantes para a comercialização e rentabilidade do negócio.
História semelhante vem acontecendo com a cultura da cebola na região de Irecê, na Bahia. Um dos maiores produtores da região, Edson Carlos, da empresa Cebolas Zé Carlos, em João Dourado-BA, mudou do pivô central para a irrigação inteligente há alguns anos e vem colhendo excelentes resultados, saindo de uma produtividade média de 60 t/ha no pivô central, para 140 t/ha com a irrigação inteligente por gotejamento. Além de economizar água, um recurso bastante limitado na região, o produtor conseguiu aumentar sua área de produção, alcançar melhor uniformidade e padrão classe 3 cheio para comercialização.
Em um mundo em que a população aumenta cada vez mais, demandando maiores quantidades de alimento, e os recursos se tornam cada vez mais escassos, como água de boa qualidade e terras para o cultivo, utilizar com mais eficiência a tecnologia de irrigação e todo o seu potencial produtivo é ser inteligente e pensar no futuro de todos.