Aconteceu na tarde de quarta-feira, dia 31 de agosto, no auditório do Fórum Alves de Macedo, em Ibicaraí, uma palestra sobre o Agosto Lilás, e o incentivo do uso (por parte das mulheres agredidas) do sinal vermelho na mão como forma de denunciar toda e qualquer violência doméstica contra a mulher.
A ação é mais uma realização do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), através da Secretaria Municipal de Assistência Social da prefeitura de Ibicaraí, que contou com o apoio do Poder Judiciário, Polícias Civil e Militar e Ordem dos Advogados do Brasil/Bahia (OAB-BA).
O mestre de cerimônia Guilherme Moreira deu as boas-vindas a todos os presentes e convidou para fazer parte da mesa a Juíza Juliana Machado, a prefeita Monalisa Tavares, o Promotor de Justiça Rafael Pithon, a Delegada Civil e professora adjunta da UESC Ana Paula, a Tenente PM Priscila, Comandante da Ronda Maria da Penha, de Itabuna, e a advogada e representante da OAB Maria José.
Na sequência a coordenadora do Creas de Ibicaraí, Edcarla Reis, falou um pouco sobre a campanha e chamou algumas mulheres, que fizeram uma encenação sobre todas as ‘Marias’ que diariamente são maltratadas pelos seus companheiros e guardam em silêncio a dor e as marcas das agressões. Ao final cada mulher mostrou o sinal vermelho na mão como forma de protesto.
O Promotor Rafael Pithon iniciou a sua fala cumprimentando a todos os presentes e lembrou que não podemos olhar esses casos de violência doméstica contra a mulher como algo normal. Segundo o promotor, esse é um tema que atinge todas as camadas e classes sociais. “Toda violência praticada contra a mulher atinge diretamente a sociedade. Toda mulher, simplesmente por ser mulher, é uma vítima em potencial, que precisa e deve ser protegida e amparada”, disse Rafael.
Na sequência a Tenente PM Priscila, comandante da Ronda Maria da Penha em Itabuna fez uma palestra sobre a violência doméstica que diariamente acontece em muitos lares do país e falou e sobre a Lei Maria da Penha e a sua importância. A Tenente falou sobre as várias formas de violência, psicológica, moral, patrimonial e econômica, violência sexual e violência física e os ciclos da violência.
A Delegada Ana Paula disse que espera um dia não precisar participar dessas ações nem debater tal assunto, mas, que enquanto for preciso ela vai estar diariamente defendendo essa causa e combatendo (dentro da lei) quem bate em mulher. A delegada fez questão de dizer que em briga de marido e mulher todo mundo tem que meter a colher sim!
“Nesse momento uma mulher está apanhando em qualquer lugar do Brasil e até o final da minha fala uma mulher vai morrer (por feminicídio) no Brasil”, disse Ana Paula, que no final da sua fala pediu para tocar o sucesso “Geni e o Zepelim”, de Chico Buarque. Por fim Ana Paula fez um X vermelho na sua mão como um sim a não violência contra a mulher.
Na sequência a presidente da Comissão da OAB, a advogada Maria José, agradeceu o convite, parabenizou os envolvidos na ação e disse que o tema em pauta, a violência doméstica contra a mulher, é denso e profundo. “A violência doméstica está no núcleo da célula do estado chamada família. Graças a Deus e a justiça a vítima hoje tem o respaldo de todos. A violência doméstica precisar ser denunciada. Cabe a cada um de nós denunciar. Precisamos ter ações mais concretas e envolver todos no combate a violência doméstica”, disse a advogada.
A juíza Juliana Machado iniciou falando da sua timidez, mas, como mulher e falando de um assunto tão forte (e infelizmente tão rotineiro), não poderia ficar de fora de um tema tão importante.
“É preciso erradicar a violência doméstica com medidas de segurança que protejam as mulheres agredidas. Perante a ONU o Brasil está entre os três países com legislação forte e mesmo assim a violência tem crescido a cada dia. Por isso essas campanhas estão sendo feitas. Hoje nós estamos aqui propagando essa campanha do sinal vermelho e pedindo a ajuda dos nossos comerciantes, que precisam ficar atentos com os sinais, pois a vítima muitas vezes só tem uma única chance. Precisamos propagar essa campanha. Se não estivermos juntos não iremos vencer essa guerra. Tenho pregado que o judiciário precisa se aproximar da comunidade. Conto com a ajuda de todos no combate a violência doméstica contra a mulher”, disse a Juíza.
A prefeita Monalisa Tavares começou falando da importância desse evento e lembrou que apesar de toda essa onda positiva do empoderamento feminino, a sociedade precisa ser mais igualitária e os gêneros precisam estar mais próximos nas igualdades que são colocadas por esse modelo. “A mulher precisa ficar atenta para quem se aproxima (independente das supostas boas intenções) e precisa brecar um simples xingamento, que pode crescer e em pouco tempo virar uma violência doméstica ou mais um crime passional (feminicídio). Precisamos estar unidos combatendo esse mal que ainda existe em pleno século 21. Se for preciso ligue 180, procure o Creas ou a polícia. Denuncie!”, finalizou a prefeita.
Se fizeram presentes ainda a Secretária de Educação Miriam Andrade, a Chefe de Gabinete Cristiane Arraes, o Secretário de Governo Thallis Leal, o Diretor do SAAE Adelino Júnior, Najane Miranda, representando a secretária de Assistência Social Tereza Tavares, o Assessor Especial Arlysson Ramos, o Assessor de Imprensa e Mestre de Cerimônia Guilherme Moreira, o Coronel PM Robson e alguns PMs, comerciantes, profissionais liberais, além da Coordenadora do CREAS Edcarla Reis e sua equipe composta por Karoline Moreira, advogada; Claudiana Leite, Assistente Social; Maria Barbosa, recepcionista e Ramires Silva, controlador de entrada e saída.