A cadela que ficou ao lado de corpos dos tutores após um acidente de carro, há quase uma semana, na BR-101, no distrito de São João do Paraíso, no município de Mascote, localizado no sul da Bahia, se recupera de uma fratura na bacia e luxação em uma das patas.
O acidente aconteceu no sábado (14). O comportamento de Shakira chamou a atenção de socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Os tutores dela, Jairo Ferreira de Melo, de 61 anos, e Rita de Cassia Guilherme Weyll, de 51, morreram depois que o carro que eles estavam capotou, mas a cadelinha sobreviveu. Mesmo ferida, ela fez guarda e segurança no local.
“Nos deparamos com as vítimas e o que nos chamou atenção é que entre elas se encontrava uma cadela. Ela estava protegendo e cuidando dos seus donos”, disse uma das socorristas que estiveram no local.
Depois do primeiro atendimento, Shakira foi para a casa de amigos do casal que morreu e que também são tutores da mãe da cadela. Eles disseram que o comportamento do animal chamou a atenção de quem esteve no local do acidente e que por isso os socorristas do Samu ainda ligam pra saber como está a recuperação dela.
“Comoveu os socorristas. Os socorristas ligam direto, porque mesmo ela sentindo muita dor, mas ela não expressava a dor no momento. O comportamento de Shakira foi de amar mesmo aquilo que não tinha mais vida”, disse a amiga do casal, a advogada Sádia Conceição Pitanga.
“Ela correspondeu aquelas vidas que amaram tanto ela. Tomou conta, guardou, amou e isso se traduziu porque ela era muito amada”, contou.
Shakira fez alguns exames e os tutores agora aguardam os resultados para que ela seja operada.
“Agora é só aguardar os resultados dos exames para fazer a cirurgia dela e vê-la com maior amor”, disse o técnico de informática Sandro Nunes.
A cadela vai se recuperar e viver ao lado da mãe e irmãs. Elas estão em outro imóvel porque juntas ficam muito agitadas. Shakira precisa repousar para se recuperar.
Sandro e Sádia praticamente tinham a guarda compartilhada de Shakira e ela estava na casa deles antes do acidente. O técnico de informática diz que a cadela é mais que um animal, é uma fonte de lembranças de bons momentos com os amigos.
“Não tenho nem palavras para dizer, até porque eu fui a última pessoa a vê-los com vida, porque eles passaram e pegaram ela antes de viajar. Acho que fui a última pessoa a vê-los”. Informações G1 Bahia