Os especialistas, o psicanalista Fabiano de Abreu e a psicóloga Roselene Wagner, dão dicas para pacientes com depressão
Após relatos de suicídios relacionado com o coronavírus e a quarentena a ele associada o filósofo, psicanalista, membro da Mensa e especialista em estudos da mente humana, Fabiano de Abreu, foi contactado. Após ter confirmado que eram mais casos de depressão que se acentuou com esta crise psicológica da pandemia de coronavírus, o pesquisador logo concentrou-se em pesquisas e análises para avaliar o que ele já previa ocorrer.
“ Eu já previa a possibilidade de que, pessoas com depressão, em quarentena, sendo bombardeadas com notícias ruins, poderiam potencializar o quadro depressivo; e ter um aumento no número de suicídios. Tomando ciência do ocorrido, reuni meu grupo de pesquisa para tentarmos contribuir de alguma maneira para que isso não eleve mais ainda o número de mortos por causa do coronavírus, seja diretamente ou indiretamente.”
A neuropsicóloga Roselene Espírito Santo Wagner, também membro da CPAH – Centro de Pesquisas e Análises Heráclito reafirma o risco baseado na incerteza.
“ Pessoas acometidas por depressão têm maior risco de suicídio. O risco é maior na vigência da doença e de comorbidades. Estamos imersos num cenário de incertezas. Incertezas essas, geradoras de medos e angústias. É importante cuidar do equilíbrio emocional, para evitar ações definitivas para problemas transitórios. O suicídio não é solução; e sim mais um problema de saúde pública a ser tratado.”
Fabiano disse que não conseguiu aprofundar a sua pesquisa pela dificuldade em obter relatórios, para quantificar os casos, pois neste momento o caos reina nos hospitais.
“ Eu perguntei para alguns amigos médicos no WhatsApp e esperei que respondessem e me confirmassem. Não vou importuná-los neste momento já que estão todos atribulados e alguns com alto risco de contágio da doença. A Leninha- Roselene, me confirmou também casos em seu consultório de crises agudas da depressão. Gerando um pico desse transtorno neste momento. É um fator real e esperado e temos que buscar meios para ajudar o quanto antes. Quanto mais potencializado, maior o risco e pode acontecer em fração de segundos.”
“Quanto mais cedo o diagnóstico, melhor o prognóstico”, diz o psicanalista.