Causos de Ramiro Aquino comemorando os 111 anos de aniversário de Itabuna

NILTON FERREIRA RAMOS E NILTON RAMOS DE ALMEIDA

Escrevo sob os eflúvios do Dia dos 111 anos da cidade. Conheci ambos, o Ferreira Ramos, conhecido como “Jega Preta”, ainda vivo e o “Jega Branca” apelido que ganhou por causa do outro, infelizmente já no andar de cima. Do primeiro tenho a lembrança de suas histórias sobre Itabuna. Um tanto desorganizadas, mas verdadeiras. Do segundo das eleições de 1982, que elegeu o Prefeito Ubaldo Dantas. O Jega Preta me ensinou muito e contribuiu de forma extraordinária para o meu livro “Itabuna, 100 anos de imprensa”, editado pelo Agora em 1999 e que se constituiu, modéstia à parte, no maior lançamento de livro, até hoje, da história de Itabuna (cerca de 800 pessoas presentes).

Foi um sucesso. Jega Preta, o da fobica, é um dos maiores ícones de Itabuna e suas histórias merecem muita fé.

CARLITO ALEMÃO E AS DIGITAIS NO CAIXÃO DE DONA SENHORA

Quando Laura Conceição, a conhecida D. Senhora, morreu, um certo padre regional não queria que se rezasse missa de corpo presente na catedral mesmo sendo ela a responsável pela construção da Igreja Matriz de São José com a sua Campanha do Cruzeiro. Resolvido o problema outro surgira. D. Senhora era virgem e o caixão teria que ser na cor branca. Pinheirinho, o José Soares Pinheiro, dono da revendedora Willys, pedira ao Carlito Alemão, da Mortuária Mimia na cidade, que ele pintasse o caixão de branco lá na oficina. Feito isso, a pintura automotiva precisava de 72 hs para secar e a missa seria no dia seguinte. Como tinham muitos curiosos que queriam ver a figura da morta na missa foi o primeiro caixão com impressões digitais de toda a história.

Não deu tempo. Pode chamar o padre de “padreco”.