Por Ramiro Aquino*
Confesso que me inspirei em crônica do Zé Nazal publicada recentemente no blog do Walmir Rosário sobre o “narrador Dalton Gomes”. O empresário e radialista Paulo Kruschewsky realmente tinha cada uma…
De uma certa feita Paulo Kruschewsky combinou com Jorge Caetano e Seara Costa, seus dedicados repórteres, que “sumiriam” dentro da rádio e transmitiriam o clássico entre as seleções de Ilhéus e Vitória da Conquista, diretamente da terra do frio, pela Rádio Sociedade da Bahia. “Apareceriam” somente na segunda-feira. Assim combinado. Assim feito.
Entretanto, eles não contavam com o famoso imponderável da época nas transmissões pelo rádio.
Aos 35 minutos do primeiro tempo ocorre um pênalti a favor dos ilheenses. Vai para a cobrança o jogador Deco… e “puf” a Rádio Sociedade sai do ar… Paulo olha para Seara e este para Caetano… e o Kruschewsky diz: “O Deco não é de perder pênalti. Vou gritar gol…”
Imaginem o suplício de Paulo Kruschewsky e da equipe até a Sociedade voltar ao ar aos 15 minutos do segundo tempo. E o locutor dizia: “O tempo e o placar na terra do frio: Ilhéus 1, gol de Deco cobrando pênalti aos 35 do primeiro tempo; Vitória da Conquista 0.” E o Paulo exclamou: “Eu não disse… Eu não disse…”
E para a alegria de Paulo Kruschewsky e de sua equipe o jogo terminou 1 a 0. Era tanta a alegria que Paulo nem ligou para que Conquista ficava 250 quilômetros distante e meia hora depois foi comemorar com os torcedores ali mesmo com os ilheenses na avenida Soares Lopes…
*Jornalista, radialista e cerimonialista